Charles Bradley
Sai no Brasil segundo álbum do soulman nova-iorquino
A essa altura, muitos já conhecem a história de Charles Bradley. Ele passou 60 anos mergulhado na pobreza, amealhando trocados em shows em que se apresentava como “James Brown Jr.” antes de ser resgatado pela gravadora Daptone. A influência de James Brown sobre Bradley é evidente, mas os dois são muito diferentes. Brown projetava uma imagem de força; Charles Bradley é langoroso, passa ao largo da virilidade bruta que era apanágio do chefão da soul music. A voz com gosto de sangue e lágrimas é a grande qualidade do novo álbum do cantor. Victim of Love é mais suave que o primeiro disco de Bradley, no qual ele exorcizava os demônios de uma vida em contato direto com a miséria e a violência. Hoje, aos 65 anos, ele faz shows no mundo todo e vive em condições melhores. Logo, o novo trabalho é menos dramático, mas ainda tem forte apelo emocional. O cantor fica mais à vontade em baladas pungentes, como a faixa-título e “Crying in the Chapel”. Nem todas as canções são memoráveis, mas Bradley, autêntica voz do soul, acrescenta verdade e paixão a todas elas.
Fonte: Daptone/Deck