Caixas trazem de volta momentos antológicos do humor na TV
Nestes tempos em que o humor televisivo vem mudando a cada instante e buscando novos formatos, não deixa de ser interessante revisitar velhos clássicos ou então conferir por que velhas fórmulas ainda dão certo. Estes boxes trazem algumas respostas. Obviamente, Os Trapalhões transcenderam o tempo. Os mais antigos ainda acham que na Globo eles ficaram domesticados e perderam muito do espírito antissocial dos tempos em que zoneavam nas TVs Record e Tupi. Mesmo assim, o humor de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias bagunçava o coreto do padrão global de qualidade. Eles eram politicamente incorretos e anárquicos na medida do possível. Claro, quatro DVDs não são o suficiente para dar a dimensão desses anos de ouro do quarteto, mas, como dizem, é o que tem. O Professor Raimundo foi o primeiro personagem de Chico Anysio. Ironicamente, foi vivendo o velho mestre que ele deixou de ir ao ar de forma regular. Muitas piadas da Escolinha eram surradas e previsíveis, mas a presença de veteranos comediantes como Brandão Filho, Castrinho, Walter D’Avila e Rogério Cardoso (o impagável Rolando Lero) já garantia boas risadas. Geralmente remakes de antigos sucessos televisivos nem sempre são uma boa idéia. Mas o êxito da nova versão de A Grande Família se tornou uma agradável surpresa. Dois fatores contribuíram para isso: a fidelidade da nova versão em relação à original dos anos 70 e a excelente química existente entre os membros do elenco. Nem tudo em A Grande Família é engraçado, mas a série não insulta a inteligência.
Paulo Cavalcanti