O diretor canadense Denis Villeneuve já havia feito belos filmes, como Incêndios (2010) e Os Suspeitos (2013). Mas A Chegada, que concorreu a oito estatuetas no último Oscar, eleva o trabalho dele a um novo patamar e deixa os cinéfilos na expectativa para ver o que o diretor fará em Blade Runner 2049. O que intriga nessa história da aproximação entre humanos e extraterrestres é a maneira como é mostrado o nosso despreparo para aceitar o novo. Com a inesperada chegada de naves à Terra, Louise Banks (Amy Adams) é apontada como chefe da equipe que tentará se comunicar com os visitantes. Ela se depara, contudo, com uma linguagem tão complexa que deixa superpotências militares em alerta. Louise precisa ser cautelosa, acertar tons, intensidades e limpar as arestas da barreira linguística, além de lidar com a impaciência e intemperança de líderes mundiais. O meticuloso exercício que presenciamos aqui vai contra uma escola cinematográfica que trata a ficção como se fosse desenho animado. Com mais mistério e menos ação, A Chegada resgata a inteligência no gênero “filme de ET”.
Fonte: Sony