Quando se fala na obra produzida pelo cineasta Rogério Sganzzerla na virada dos anos 1 9 6 0 / 1 9 7 0 , menciona-se filmes como O Bandido da Luz Vermelha ou A Mulher de Todos. Mas em 1970 ele realizou Copacabana Mon Amour, uma obra que, pela anarquia de conteúdo e forma, foi excluído do circuito exibidor e ameaçava se perder na memória devido à deterioração das poucas cópias. Essa rigorosa versão restaurada lançada agora é resultado de um difícil trabalho conduzido por Sinai, filha de Sganzerla, e pelo pesquisador Hernani Heffner. É fascinante ver como era a Copacabana da época, com cenas rodadas nas favelas e na chique orla marítima. Improvisado e delirante, o filme é uma resposta ao clima pesado imposto pelo AI-5. Copacabana...foi rodado em uma pesada câmera Cinemascope, mas com estética de Super 8. A edição em DVD desse clássico marginal, que mistura transgressão, diversidade sexual e sincretismo religioso, tem ótimos extras: um documentário sobre a restauração,
um depoimento da atriz Helena Ignez, viúva de Sganzerla, e o curta A Miss e o Dinossauro, dirigido por ela.
Fonte: Versátil