Live at Montreux 2006
Quase 35 anos depois de lançar Machine Head, a banda inglesa volta a Montreux, a cidade em que gravou seu grande clássico, e se apresenta como atração do tradicional festival de jazz do lugar. Claude Nobs, que deu uma força para o quinteto no disco de 1972, é o diretor do evento. O reencontro no palco era óbvio. Deixando de lado o momento histórico, dá dó ver a banda inglesa hoje. Ian Gillan, 62, que já foi uma das melhores vozes do rock, está que é só o pó. O baterista Ian Paice, 59, também causa pena. Mas a idade não é desculpa, já que o baixista Roger Glover, 62, ainda manda um gás em cena. O problema é que o grupo não tem mais a mesma energia. Cabe ao guitarrista Steve Morse, 53, segurar a barra sozinho. É nítida a liderança musical que Morse exerce sobre os outros. Alguém tem que mostrar o rumo e o músico funciona como uma injeção de ânimo, principalmente para Gillan e Paice. O show e o repertório são praticamente os mesmos que o DP mostrou no Brasil, meses depois dessa apresentação na Suíça. Como a voz de Gillan não ajuda mais, as canções perdem força, mas há doses de oxigênio. A principal é a versão jazz de "Smoke on the Water", tocada como introdução para a própria música no formato original. Mas sobra pouco de bom para ver. O DVD é duplo e inclui um outro show, realizado um ano antes, em Londres, também não mais que razoável, mas com músicas que não estão no de Montreux, como "Fireball" e "Perfect Strangers". Há, ainda, entrevistas com os integrantes. Farto material, mas, no bandejão do Deep Purple atual, se você quer uma saudável alimentação rock and roll, melhor apreciar os destaques do cardápio do que encher o prato.
Por José Norberto Flesch
ST2
12
10
2007