Entre 65 (ano em que Richard Lester filmou Help! com os Beatles) e 68 (ano em que Donald Cammell e Nicholas Roeg fizeram Performance com Mick Jagger), a cultura pop passou por um rápido amadurecimento. Tão rápido que a cautelosa Warner escondeu Performance por dois anos, só lançando o filme em 70. Do surrealismo humorístico e um tanto pueril do segundo filme dos Beatles (o que chega a ser um retrocesso em relação a A Hard Days Night) à violência e tensão de Performance, em que um gângster (James Fox) se esconde na mansão de um popstar recluso (Jagger), só ficou o gosto pelas cores fortes, edição descontínua e imaginário psicodélico. Performance é o grande filme da Swinging London (dividindo o cetro com o Blow Up, de Antonioni), e traz Jagger abusando de sua beleza andrógina, sexo, drogas e confusão de identidades, ao lado da ótima Anita Pallenberg (namorada de Keith Richards). O próprio Richard Lester, em 68, também rodou em São Francisco um drama de paixão e adultério em Petulia (com Julie Christie, George C. Scott e Richard Chamberlein), com a sempre sensacional direção de fotografia de Roeg, além de aparições de Grateful Dead e Big Brother & the Honding Company. Tanto Performance quanto Petulia têm documentários (um ótimo, no primeiro caso) entre os extras.
Por Alex Antunes
Continental / Warner / Magnus Opus
12
10
2007