Inquieto e Revolucionário

Orson Welles

Hamilton Rosa Jr.

Caixa revisita parte da obra do inovador cineasta, que trafegou por diversas vertentes
Caixa revisita parte da obra do inovador cineasta, que trafegou por diversas vertentes - DIVULGAÇÃO

O centenário do nascimento do ator e diretor Orson Welles ocorreu há alguns meses (ele nasceu no dia 6 de maio de 1915), mas nunca é tarde para comprovar como o artista reformulou a linguagem do cinema moderno, indo muito além do revolucionário Cidadão Kane. Esse pack reúne Soberba, A Dama de Shangai, Grilhões do Passado, O Processo, Verdades e Mentiras e É Tudo Verdade. Cada um deles mostra Welles modernizando um gênero. Em Soberba, o melodrama; em Shangai, o cinema noir; em Grilhões do Passado, o thriller de mistério; e em O Processo, o drama psicológico. Já Verdades e Mentiras e É Tudo Verdade flertam com o documentário e são inovadores na forma como questionam o real e a manipulação (no caso do pintor farsante de Verdades e Mentiras) ou contemplam a autenticidade do dia a dia (o trabalho dos pescadores de É Tudo Verdade). Welles era fascinado pela ideia da mentira. Sua própria fama cresceu quando, em 1938, ele pregou uma peça (supostamente de propósito) no povo norte-americano com a transmissão radiofônica da novela Guerra dos Mundos, que fez muitos ouvintes acreditarem que o planeta estava sendo invadido por extraterrestres. O diretor associava a mentira à arte, assim como Pablo Picasso, que dizia que a arte é uma mentira que nos ajuda a compreender a verdade. Infelizmente, no decorrer dos anos, a habilidade de Welles em articular esforços para empreender projetos pessoais foi cada vez mais sendo incompreendida, e ele terminou a vida arruinado, ainda que incansavelmente lutando por suas ideias.

Fonte: Versátil