Derradeiro filme do Monty Python não perdoa nenhum tipo de instituição
O sentido da vida, o último filme do qual participou o sexteto de cômicos mais anárquicos da Inglaterra, está celebrando 30 anos e comprova: o humor corrosivo do Python não envelhece. Aqui temos uma bela síntese de tudo que eles fizeram, da série Monty Python’s Flying Circus a filmes como Em Busca do Cálice Sagrado e A Vida de Brian. Seja a nobreza, seja a classe operária, ninguém na Inglaterra escapa da verve do grupo. A premissa do filme é uma questão pomposa digna de uma aula de filosofia da qual o Python faz questão de barrar o espectador. Embora façam menção, eles abordam tudo, menos o que seria o tal sentido da vida. A estrutura do filme é episódica e, de cara, os cômicos atacam o mundo corporativo, mostrando executivos como um bando de bucaneiros; depois investem contra a falta de controle de natalidade da classe trabalhadora; destilam veneno contra as escolas; e vão derrubando todas as instituições, o que é pertinente com o slogan do filme, que diz: “Deus levou seis dias para criar o céu e a Terra, e o Monty Python apenas 90 minutos para estragar tudo”. Os quadros são inspiradíssimos; em um deles, o sexteto aparece dentro de um aquário, como peixes, tecendo observações sobre a natureza humana. Além do filme restaurado, o Blu-ray nos presenteia com uma reunião entre os integrantes ainda vivos: Eric Idle, Terry Gilliam, John Cleese, Michael Palin e Terry Jones – Graham Chapman morreu hora de hilariante em 1989. Dessa reunião, segue uma conversa.
Fonte: Universal