Dirigido por Marc Forster
Daniel Craig, Olga Kurylenko, Judi Dench
Novo filme de 007 se parece com tudo – menos com um filme de 007
Já estabelecido e bem vestido, a presença de Daniel Craig como James Bond não causa mais estranheza. Claro, é preciso relevar o fato de aquele mesmo personagem ter sido interpretado por atores tão diversos (e de maneiras tão díspares) como Pierce Brosnan e Sean Connery. De fato, o Bond loiro 2008 é diferente – tanto quanto poderia ser a interpretação de um agente pouco experiente a serviço da rainha nos tempos atuais. Ele tem crises, sofre pelo amor perdido e é motivado por vingança. Não respeita regras e toma pitos de seus superiores por seu comportamento (a resistência ao álcool, essa sim, continua a mesma). Só que os puristas não são lá chegados a licenças poéticas, se é que dá para chamar assim. Como fi =lme-pipoca, ao menos, Quantum é irrepreensível, apesar da premissa confusa (parece irresistível a Hollywood explorar a questão da ecologia atualmente) e dos cenários não tão paradisíacos (sorry, Bolívia). Se considerada a "planilha 007", está tudo lá: saltos suicidas em queda livre, sexo descompromissado com bond girls, vilões de forte sotaque e um celular multifuncional sempre ao alcance da mão. Ao mesmo tempo, se excluídas as referências obrigatórias, este talvez seja o filme menos 007 da história. Não que haja problema nisso.
Pablo Miyazawa