Jason Reitman
George Clooney, Vera Farmi
Clooney voa alto enquanto a América afunda no desemprego
Não existe profissão mais moderna do que a de George Clooney nesta tragicomédia. Ryan Bingham, o personagem de Clooney, voa pelo mundo literalmente 322 dias do ano e em cada pouso visita uma empresa para fazer o corte de funcionários. O engraçado é que ele não se considera o cara que dá más notícias, mas sim um aliviador de causas, tanto para a empresa como para o funcionário. “Você terá a chance de repensar sua vida e vai encontrar algo melhor!” O Amor do título brasileiro é irônico e o Up in the Air original mais venenoso ainda, porque toda a América parece estar afundando. O chefe de Clooney vislumbra um mundo com mais “aliviadores” como Clooney, porque em toda parte do país ele recebe chamados para fazer demissões. Uma jovem psicóloga acha a solução: criar uma rede online para demitir a nação via intranet. O assunto dá ao diretor Jason Reitman a deixa para arrasar a filosofia da gestão eficiente. O personagem de Clooney indigna: o cara é antissocial, só sai com mulheres para satisfazer as carências momentâneas, e, embora esteja sempre nas nuvens, não sonha. As fórmulas aqui absorvem gradualmente a humanidade que já tivemos.
Hamilton Rosa jr.