Kimberly Peirce
Remake de clássico de terror não deixa nada a dever ao original
Em Meninos não choram, a diretora Kimberly Peirce demonstrou habilidade ao registrar de maneira densa o universo adolescente baseado no bullying e na aversão ao diferente. Ao aceitar refilmar o clássico de Brian de Palma, correu o risco de cair nas armadilhas do gênero, do plágio aos cacoetes, ou fazer mais um produto genérico de efeito, engessado nas imposições dos estúdios. A competência dela falou mais alto. Aqui, a diretora traz a expertise do seu trabalho e encontra espaço para criar simbologia. O sangue, matéria-prima desse estilo, representa também o pecado, as impurezas religiosas, a entrada para a vida adulta. Carrie White é uma menina tímida, rejeitada pelos colegas depois que um vídeo de sua primeira menstruação vazou pela internet. Em ritmo crescente e sem apelar para os sustos fáceis, o filme vai corajosamente substituindo o panorama de colégio e incorporando questões mais subjetivas, como a raiva e o medo.
Elenco: Chloë Grace Moretz e Julianne Moore