Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Cássia

Paulo Henrique Fontenelle

Christian Petermann Publicado em 16/01/2015, às 12h57 - Atualizado às 13h02

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
O grito primal de Cássia. - Divulgação
O grito primal de Cássia. - Divulgação

Cássia Eller permanece na memória afetiva e musical de milhares de brasileiros, e o documentário de Paulo Henrique Fontenelle se aproveita disso. O filme é cronológico e mostra a construção da persona rebelde e roqueira da cantora, de Brasília ao Rio de Janeiro e, em seguida, em todo o país. É fascinante verificar em cenas cotidianas, registros pessoais e depoimentos de amigos (como os da cantora Zélia Duncan e da companheira, Maria Eugênia Martins) o quanto a forte timidez de Cássia sempre se equilibrou com sua presença furiosa nos palcos. O espectador mergulha na rica personalidade da intérprete, que fez de sua vida uma plataforma espontânea tanto da boa música, sem fronteiras de estilo e origem, como da liberdade irrestrita na vida íntima e familiar. Delicada e ao mesmo tempo intempestiva, Cássia ia do furacão que foi, por exemplo, em sua memorável interpretação de “Smells Like Teen Spirit” no Rock in Rio 2001 – com aprovação imediata de Dave Grohl – a cenas de felicidade doméstica. O documentário, mesmo que se estenda a excessivos 120 minutos, fecha bem ao tratar ainda da questão tutelar pós-morte envolvendo Chicão, fi lho da cantora, que dá um depoimento final já adulto. Concluído o filme, confirma-se a triste sensação de que a vida fica menos luminosa sem a presença cotidiana de uma fi gura ímpar como Cássia.