Ryan Murphy
Julia Roberts, Javier Bardem
Estrela percebe que já não é mais a queridinha da América
Em seu primeiro filme em que aparece sozinha no pôster de divulgação desde Erin Brockovich – Uma mulher de Talento (2000), Julia Roberts testa sua popularidade com esta adaptação das memórias de uma tal de Elizabeth Gilbert. Não deu certo, pois o morno filme foi um fracasso de bilheteria nos Estados Unidos. A culpa é do diretor e corroteirista Ryan Murphy, que funciona com o humor negro de séries de TV como Nip/Tuck e Glee, também presente em sua estreia na direção de longa-metragem, a ácida Correndo com Tesouras (2006). Mas aqui ele cai nas armadilhas mais óbvias do “filme de superação de/para mulher”. Liz (Roberts) abandona marido (Billy Crudup) e amante (James Franco) e parte numa viagem pela Itália, pela Índia e por Bali. Há abundância de belas tomadas, e a protagonista vê diante da grandeza do mundo a pequenez de seus dramas. E, como o título indica os atos em ordem cronológica, há ainda belos atores italianos e por fim Javier Bardem para o deleite da diva Roberts. É tudo bonito e fácil. O melhor mesmo é a boa seleção musical da trilha, que mistura Gato Barbieri, Aphex Twin, Sly and Family Stone, Neil Young, Eddie Vedder, Kool & the Gang, Marvin Gaye, João Gilberto e Bebel Gilberto.
Christian Petermann