Marcus Nispel
Remake tem bons recursos visuais, mas sofre com pouca densidade dramática
Quando o assunto é adaptação de HQ com histórias de guerra, imaginar influências do memorável Ran, de Kurosawa, ou outros filmes mais questionadores, é pedir muito. Se hoje a informação é tratada como um produto descartável para facilitar sua deglutição, o mesmo ocorre com produções candidatas a blockbusters. Além de guardar poucas semelhanças com o filme que consagrou Arnold Schwarzenegger, este semi-remake baseado na obra de Robert E. Howard aproxima-se da linguagem de videogame de Resident Evil ou do cultuado Anjos da Noite, principalmente nas cenas mais sombrias. O filme começa com um massacre do povo da Ciméria. Conan, ainda bebê, perde a mãe nessa batalha; quando cresce (agora interpretado pelo adequado Jason Momoa), o lacônico brucutu busca se vingar do vilão Khalar Zim (Lang), que tenta reunir as partes de uma máscara ancestral para dominar a região e ressuscitar a sua esposa e feiticeira. Rebuscado na forma e pobre de conteúdo, o filme carrega nas tintas de maneira bem didática: vermelho nas lutas iniciais, amarelo no desenvolvimento do protagonista e azul nas cenas mais góticas, centradas nos conf litos com Marique (Rose McGowan), a filha bruxa de Zim. O filme mistura referências e abusa do verniz estético para encobrir situações manjadas, de pouco esforço de roteiro. Faltou um pouco mais de suor nesta guerra.
Elenco: Jason Momoa, Rachel Nichols e Stephen Lang