Fernando Severo e Marcos Jorge
Dalton Vigh, Carolina Holanda, Alexandre Nero
A astronomia defi ne os rumos deste drama paranaense
O novo trabalho do cineasta marcos Jorge é muito diferente de sua estreia de consagração, Estômago, um dos filmes brasileiros mais premiados em 2008/09. Além de Jorge dividir a direção com Ricardo Severo, amigo dele há 20 anos, curta-metragista e professor estreante em longa, não há humor neste drama intimista – o tom é solene. Os créditos de abertura só aparecem aos 35 minutos, depois de um longo flashback que mostra, numa pequena cidade do interior do Paraná, durante a Copa de 1970, a inesperada amizade entre o garoto Francisco (Rodrigo Cornelsen) e um astrônomo americano recluso (Anthar Rohit). Quando cresce, Francisco se torna astrônomo e vive uma conturbada história de amor com a independente Diana. Nem sempre o filme flui bem, mas há ao menos duas cenas, bem escritas, que sintetizam parte de sua poesia: o dramático clímax da introdução, na vitória do Brasil na Copa, e a passagem em que, no planetário, Francisco mostra a Diana como estava o céu no dia em que ela nasceu.
CHRISTIAN PETERMANN