Tomas Alfredson
Lina Leandersson, Per Ragner
Terror sueco que ganhou status Cult finalmente chega às telas
O vampiro se apresenta de forma bem inusitada neste extraordinário filme sueco. É uma criança (Lina Leandersson) que anda sob a neve com os pés descalços e veste uma camisola branca. A fisionomia meiga, aliás, esconde seu poder de sedução. Quando se percebe o perigo, já é tarde. A atmosfera do filme é gélida e o diretor Tomas Alfredson irônico. Mostra os assassinatos como uma coisa natural, cometidos por uma necessidade de matar a fome. E o estilo lembra aqueles documentários do Discovery, a câmera pega os lances por um viés inusitado. Mas os caninos poupam duas pessoas. Um senhor, que a vampira trata como se fosse um pai, e um garoto da vizinhança. Se há algo intrigante em cena, é a ambiguidade da relação entre esse trio. Não se sabe se ela os mantém vivos por uma questão de afeto e amor ou porque precisa de seus préstimos para atrair outras vítimas. Há uma morte que acontece de forma inesperada, mas, assim que ocorre, tudo passa a se acelerar, incluindo a capacidade de improviso da vampira, e uma revelação envolvendo um nu frontal que é desconcertante. Enfim, é um filme sinistro e perturbador, que antes de estrear no Brasil já ganhara o status de cult na web. Vê-lo agora em tela grande expande os sentidos.
POR HAMILTON ROSA JR