Shawn Levy
Filme sobre luta futurista tem potencial, mas resvala no sentimentalismo
Ambientado em um futuro não muito distante, Gigantes de Aço conta a história de um ex-lutador de boxe interpretado por Hugh Jackman convertido em técnico de robôs de duas toneladas que substituíram os humanos no ringue. A premissa é boa e atual: o esporte se tornou tão violento que a solução para manter a popularidade e a sede por violência em alta foi substituir lutadores de carne e osso por “gigantes de aço”. Alguém aí pensou em UFC, MMA ou coisa parecida? O filme da Disney não edulcora esse futuro distópico. Claro que além das lutas da Liga criou-se também um submundo do boxe cibernético em que as apostas e o comércio ilegal de robôs rolam soltos. Além disso, o personagem de Jackman não é nenhum santo: abandonou a ex-mulher e o filho, explora a filha do ex-técnico e mentor e, para piorar o quadro, tem um temperamento autodestrutivo. Se não fosse um filme família da Disney, Gigantes de Aço teria potencial para o imprevisível. Mas cai em um sentimentalismo digno de O Campeão, eleito recentemente como o “filme mais triste de todos os tempos”. Esse é, talvez, seu maior limite.
Elenco: Hugh Jackman e Evangeline Lilly