William Friedkin
Diretor enriquece trama convencional ao não se prender a estereótipos do género
Chris (Hirsch) é um traficante endividado que procura seu pai e propõe contratar um profissional para assassinar sua mãe e ficar com o dinheiro do seguro de vida em nome da irmã. Nas mãos de um diretor estreante ou engessado às fórmulas do cinema norte-americano, este roteiro poderia se transformar em um filme mais do mesmo. Não é o que acontece quando o thriller psicológico é conduzido pelo experiente William Friedkin (O Exorcista), que troca as obviedades e os maniqueísmos pela constante expectativa de que algo inesperado vai acontecer. Na primeira parte, temos um retrato triste e caricato de uma sociedade fracassada. Quando aparece o policial-matador Joe Cooper (McConaughey), o filme mergulha em situações tragicômicas, em que a apatia dos personagens serve de apoio ao sadismo manipulador tão lógico quanto ridículo. Killer Joe não é crítico nem alegórico em relação ao poder paralelo. Com a secura estética e a intensidade dramática, apenas traz uma lente de aumento às fraquezas e paranóias do ser humano.
Elenco: Matthew McConaughey e Emile Hirsch