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Meu País

André Ristum

ÉRICO FUKS Publicado em 13/10/2011, às 16h25 - Atualizado às 16h31

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Longa aposta no fogo brando para mostrar relações familiares em conflito

“Sua mala parece uma obra de pollock.” Essa figura metafórica sintetiza a bagunça que Meu País vai adquirindo. É como se um ruído invadisse o estado natural das coisas de uma família e desencadeasse a desordem e as relações conturbadas. Após a morte de seu pai, o empresário Marcos retorna da Itália ao Brasil para resolver assuntos burocráticos e reencontra seu irmão, Tiago, um playboy viciado em jogo. Entre um acerto de contas e outro, descobre que tem uma meia-irmã com deficiência mental. Diante desse caos psicológico, o diretor estreante André Ristum opta por fazer um retrato morno da situação para ressaltar a falta de envolvimento e de empatia dos protagonistas, econômicos nos diálogos e nas expressões. A direção de arte límpida e seca enfatiza o clima asséptico e sem vida do núcleo dramático. Embora coerente com sua proposta irônica de dar um tratamento cosmético para encobrir as fraquezas humanas, Ristum não tem fôlego para sustentar essa contradição, fazendo do filme apenas um curativo para suas hemorragias.

Elenco: Rodrigo Santoro, Cauã Reymond e Débora Falabella