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Nine

Redação Publicado em 04/02/2010, às 11h01 - Atualizado às 11h01

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DANÇA DA SEDUÇÃO - Penélope Cruz é uma das deusas do irregular <i>Nine</i> - DIVULGAÇÃO
DANÇA DA SEDUÇÃO - Penélope Cruz é uma das deusas do irregular <i>Nine</i> - DIVULGAÇÃO

Rob Marshall

Daniel Day-Lewis, Marion Cotillard, Penélope Cruz

Passo em Falso

Elenco de estrelas não salva drama musical sem alma

Se o diretor Rob Marshall alcançou um resultado razoável na versão cinematográfica do musical Chicago (2002), ele tropeça feio na entediante transposição de outro musical da Broadway, Nine, encenado em 1982 (com Raul Julia) e 2003 (Antonio Banderas). Apesar do apelo metalinguístico (inúmeras referências ao clássico 8 ½, de Federico Fellini) e de um elenco feminino de arrebatar, o musical é pouco memorável. Marshall se equivoca ao escolher o inglês Daniel Day-Lewis para interpretar Guido Contini, famoso cineasta em crise criativa na Itália de 1965. Ele não tem voz, nem ginga musical, e está caricato com sua dicção macarrônica. A mão pesada do diretor torna o filme mera justaposição estéril de cenas, desperdiçando a presença de Penélope Cruz (a amante), Nicole Kidman (a musa), Judi Dench (a amiga/figurinista) e Sophia Loren (a mãe). O filme é bonito de se ver, graças à impecável fotografia de Dion Beebe, mas lhe falta alma. Os únicos números que funcionam são “Be Italian” (com Fergie, a prostituta) e “Cinema Italiano” (com Kate Hudson, a fã). Já a única personagem com vida é a esposa, interpretada por uma Marion Cotillard estonteante e que arrasa nas duas aparições musicais. É pouco para filme com tantas ambições.

Christian Petermann