Marc Webb
Diretor junta os ingredientes, mas peca pelos excessos
O diretor Webb mostrou, em 500 dias com ela, sua familiaridade em captar a essência do universo pré-adulto, principalmente no campo afetivo. Neste novo trabalho, ele abre mão da linguagem de filme independente, mas mantém sua naturalidade em se aproximar dos jovens. Logo no início, o amor platônico e o bullying de colegial dão as caras. Este é o verdadeiro laboratório de Peter Parker (Garfield), o mais nerd dos super-heróis, em sua fase embrionária. Aqui, não aparece qualquer referência ao seu trabalho de fotógrafo em um jornal, apenas o seu interesse por skate e pela ciência. Essa motivação é que faz com que ele, acidentalmente, seja picado por uma aranha em uma sala de experiências do megalaboratório Oscorp e se transforme no herói. Parker-Aranha começa, então, a combater pequenos crimes da cidade, até enfrentar o vilão Lagarto. Ao contrário e determinados filmes de ação, aqui o diretor não abusa dos cortes e dá mais tempo aos planos. Webb consegue equilibrar a intensidade dos closes e a profundidade dos planos abertos. Por outro lado, parece exagerar na dose de cenas vertiginosas e do efeito montanha-russa da câmera subjetiva. O repaginado Homem-Aranha não chega a causar enjoo. Mas um pouco mais de concisão faria bem a tanto malabarismo sobre teias.
Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Martin Sheen, Sally Field