Claudio Torres
Um passo à frente na ainda incipiente ficção científica brasileira
Viajar no tempo com intenção de mudar um erro do passado não é exatamente a mais inédita das ideias no cinema, mas entre De Loreans, fendas espaciais e buracos de minhoca, o diretor Claudio Torres usou da sensatez para a construção de seu roteiro. O Homem do Futuro tem efeitos especiais de ótima qualidade, algo raro por aqui. Zero (Wagner Moura) é um cientista talentoso e infeliz, que construiu um conversor de partículas com a ajuda de um amigo. Eles testam o conversor operando em capacidade máxima e, sem querer, inventam uma máquina do tempo que leva Zero diretamente ao dia de sua maior desgraça: uma festa à fantasia na qual Helena (Alinne Moraes), a musa da faculdade, pratica um ato cruel de bullying que o leva a ser um perdedor, algo que seu apelido reforça. Entre idas e vindas no tempo e situações bem costuradas, o filme ganha valor com a sempre excelente interpretação de Moura, que faz o Zero adolescente de forma impressionante.
Elenco: Wagner Moura e Alinne Moraes