Tom Tykwer
Clive Owen, Naomi Watts
Suspense repleto de atmosfera perde o fôlego no final
o ponto de partida é estimulante: agente da Interpool descobre as maracutaias de um banco de Luxemburgo e falta só atravessar a rua para expor toda a intriga para a Justiça. Não dá tempo, o homem cai duro. Foi discretamente envenenado num esbarrão com um anônimo da multidão. A investigação da morte desenrola uma rede tão escandalosa de corrupção e ilegalidade entre o tal banco, as corporações e os governos que os agentes da Interpool são esmagados frente a tanta grife. Mas Clive Owen é o idealista e quer ir até o fim. O filme é dirigido por Tom Tykwer (Corra Lola, Corra) num clima que remete à atmosfera seca dos grandes thrillers políticos dos anos 70 (A Trama e Os Três Dias do Condor). E por 80 minutos Tykwer mantém essa levada, conforme desmascara protocolos e procedimentos e uma questão de jurisdição manipulável. Verdade que já vimos centenas de vez isso, mas aqui a coisa parece muito palpável e real. E quando a violência eclode num tiroteio dentro do museu Guggenheim de Nova York, muita gente pode esfregar as mãos achando que está diante de um novo clássico. Mas depois o filme despenca em todos os clichês e o final parece um desenho animado.
HAMILTON ROSA JR.