A Travessia

Antes da tragédia de 11 de setembro de 2001, as Torres Gêmeas foram as coprotagonistas de um evento muito diferente, no dia 7 de agosto de 1976. O artista performático francês Philippe Petit, especializado em corda bamba, interrompeu o fluxo de transeuntes de Manhattan, que olharam para cima maravilhados enquanto ele caminhava entre as duas construções, se equilibrando em uma corda amarrada entre os topos de cada prédio. A história desse feito ganha realidade com o uso funcional do 3D, que coloca a plateia para sentir a mesma vertigem de quem olha para baixo. O World Trade Center é o Everest de Petit (Levitt), que é retratado como um sujeito idiossincrático e tempestuoso. Ele treinou por anos e planejou cuidadosamente, já que a travessia seria completamente ilegal. E ainda escalou uma equipe desajustada de amigos dispostos a embarcar na insanidade dele. Mesmo com o conhecimento de que nada aconteceu a Petit, não tem como não temer pela vida dele. A aventura, em si, já dá muito pano para manga, mas a execução da narrativa visual concebida pelo diretor, Robert Zemeckis, arredonda a trama e deixa o filme cativante.

Fonte: Robert Zemeckis