James Toback
Mike Tyson, William Cayton
Documentário tenta penetrar na mente do controvertido lutador
Se perguntarem aos fãs de pugilismo quais os cinco maiores boxeadores de todos os tempos, será bem difícil que o nome de Mike Tyson não apareça em quase todas as listas. Mais do que deixar sua marca na história do esporte, ele também ficou famoso por causa das encrencas em que se meteu ao longo de sua vida. O documentário prima por equilibrar esses dois lados da vida do boxeador. Não há um assunto deixado de fora, apesar de nunca podermos ouvir o outro lado da história: Mike Tyson é o único a falar. Para retratar a grande confusão que é a mente de seu personagem principal, o filme usa de dois artifícios. Em sua estrutura, pequenas digressões mostram como Tyson enxerga o mundo. Na linguagem impressa ao filme, o caos é refletido pela tela recortada, com quadros mostrando lados diferentes de uma mesma situação e os sons se sobrepondo. Essa segunda ferramenta é usada com parcimônia para que não haja confusão. Os amantes do esporte devem assistir sem sobressaltos a esse sincero retrato de uma personalidade incompreendida.
Tyson falou à Rolling Stone sobre o filme. Leia aqui.
Por Edu Fernandes