Jodie Foster
Mel Gibson e Jodie Foster
Mel Gibson tenta apagar imagem negativa e Jodie Foster dá uma força
Foi um ato de coragem Jodie Foster optar por Mel Gibson como protagonista de seu terceiro filme como diretora, depois de longo hiato. Gibson vem de sete anos de inferno cinematográfico, e suas atitudes e pensamentos o tornaram digno da imprensa marrom. Ele personifica aqui um pai de família que cai em profundo estado de depressão e que, depois de dois anos de quase catatonia, volta a se comunicar com o mundo por meio de um fantoche na forma de castor (“the beaver”, o título original). A cara de leão abatido de Gibson orna com o personagem, mas sua melhor interpretação é como a voz do castor, de forte acento australiano. Foster, que também interpreta a esposa, dirige com delicadeza e tira o melhor proveito do roteiro esquemático do estreante Kyle Killen, que é respeitoso com a doença da depressão, mas não pincela bem as tintas mais pesadas da trama, sugerindo um final feliz repentino. Positivas são também as interpretações de Anton Yelchin (o filho) e Jennifer Lawrence (deInverno da Alma) e a inspirada trilha sonora do brasileiro Marcelo Zarvos. Repúdio, porém, ao péssimo título em português, um genérico infeliz.
CHRISTIAN PETERMANN