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Utopia e Barbárie

Redação Publicado em 07/04/2010, às 07h02 - Atualizado em 10/03/2014, às 13h53

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<b>HISTÓRIA REPASSADA</b> A Revolução Chinesa é mostrada em Utopia e Barbárie - Divulgação
<b>HISTÓRIA REPASSADA</b> A Revolução Chinesa é mostrada em Utopia e Barbárie - Divulgação

Silvio Tendler

Documentário faz uma crônica da experiência humana dos últimos 60 anos

Resultado de 20 anos de pesquisa, Utopia e Barbárie é um road movie histórico que faz um amplo levantamento das revoluções culturais e políticas que a vontade humana engendrou depois da Segunda Guerra Mundial até nossos dias e privilegia a memória como um espaço da utopia. O ágil documentário mostra que os fatos históricos estão quase sempre interligados e sujeitos a reinterpretações. Como exemplo, pode-se destacar a veneraçãoque a juventude da década de 60 fizera à revolução cultural chinesa e hoje se sabe que aqueles acontecimentos não foram nada dignificantes. Respaldado em sequências de documentários dos conflitos, entrevistas com personagens que estiveram no calor da hora, como filósofos, teatrólogos, cineastas, escritores, jornalistas, militantes, historiadores, além de testemunhas e vítimas dos episódios, e em filmes de ficção que abordam os temas, Utopia e Barbárie dá voz a personagens emblemáticos. É o caso do general Vo Nguyen Giap, o estrategista da guerra contra os americanos, que aplicou-lhes fragorosa derrota, e essa é uma das poucas citações aos americanos, senão a única. Apesar de amplo, nota-se a ausência de alguns fatos: nenhuma referência à revolução nicaraguense. Utopia e Barbárie é cinema, faz uso do cinema e o transforma em personagem.

ANTÔNIO DO AMARAL ROCHA