Scott Pilgrim contra o Mundo

Redação

Publicado em 10/06/2010, às 09h55 - Atualizado às 09h55
<b>HERÓI LUTADOR</b> Scott Pilgrim corre atrás de seus sonhos - Divulgação
<b>HERÓI LUTADOR</b> Scott Pilgrim corre atrás de seus sonhos - Divulgação

Bryan Lee O’Malley

Quadrinhos na Cia.

O Pop em Sua Essência

A badalada série em quadrinhos canadense chega ao Brasil

É o sonho de qualquer nerd: a união perfeita entre história em quadrinhos e videogames. Na série de Bryan Lee O’Malley (que cuida de texto e ilustração) – a edição nacional junta os dois primeiros volumes da saga (de seis, no total, com o último volume chegando às livrarias gringas no mês que vem) –, o personagem-título é um cara inseguro, de vinte e poucos anos, levando uma vida sem rumo no pacato Canadá. Até que ele conhece Ramona, seu oposto em tudo: descolada, esperta e vinda de Nova York. Só que a garota tem certa bagagem: sete ex-namorados que Pilgrim precisa enfrentar, como se fossem as barreiras para a troca de fases em um game. A obra fica entre o excesso de informação da geração pós-00 e a preguiça que normalmente vem com ele. Há também uma pitada de música: além de tocar na banda Sex Bob-omb, o personagem tem como companheiros Young Neil e Stephen Stills (faltaram Crosby e Nash). Indo além, o nome “Scott Pilgrim” veio de uma faixa do grupo indie Plumtree (o próprio O’Malley é músico eventual, usando o nome artístico Kupek). A estrutura da HQ é peculiar – em especial para o mercado norte-americano –, pendendo mais para o lado do mangá. Características como reações exageradas por parte dos personagens, influência direta do Japão, ajudam a criar o universo único de Scott Pilgrim, em que lutas fantásticas (pense em uma mistura de Dragonball Z com Kill Bill) ficam lado a lado com histórias de relacionamentos triviais. Demorou algumas décadas para que a expressão “cultura pop” pudesse ser aplicada com tanta precisão, mas aqui está: Scott Pilgrim é o puro suco dessa fruta. Tanto que extrapolará o papel para chegar ao cinema, com direção de Edgard Wright (Todo Mundo Quase Morto) e com Michael Cera no papel-título.

Paulo Terron

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