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Carcereiros

Drauzio Varella

André Rodrigues Publicado em 14/11/2012, às 20h53 - Atualizado às 20h55

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- - Divulgação
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Segundo livro de trilogia sobre vida na cadeia focaliza quem vigia os presos

“A sociedade brasileira, que vive assustada com a violência urbana, é omissa e conivente com aquela praticada pelo Estado, desde que a classe média e os mais ricos sejam poupados.” Essa frase abre o capítulo Violência Contagiosa, do novo livro do médico e escritor Drauzio Varella. Assim como em Estação Carandiru, que começou essa trilogia sobre a vida na cadeia – que deve terminar com uma obra sobre as detentas –, o tom aqui é mais memorialístico do que jornalístico. O doutor oferece opiniões sobre as condições das penitenciárias de São Paulo e sugere soluções para o problema carcerário. Também aqui estão as histórias sobre o dia a dia na prisão, mas em vez do olhar do médico, agora temos a “perspectiva dos homens que passam a vida a vigiar prisioneiros”. Varella coletou muitas dessas passagens em encontros regados à cachaça que ele mantém com os carcereiros, além de tudo que viu durante os 13 anos em que foi voluntário no Carandiru. Não há heroísmo ou maniqueísmo. Contaminados pela violência e pelo microcosmos da cadeia, os personagens são cinzentos, sendo capazes de torturar alguém enquanto salvam um preso do suicídio. Varella nos leva para um desconcertante e indispensável passeio por diversos círculos do inferno.

Fonte: Companhia das Letras