Reinhard Kleist
Editora 8Inverso
Vida do líder cubano ganha tratamento de graphic novel
Antes do levante liderado pelo caudilho Fidel Castro, pesava sobre Havana, capital de Cuba, a inglória (e dolorosa para o povo latino-americano) fama de ser “o bordel dos Estados Unidos”. Jogatina, prostituição, corrupção e injustiça social reinavam soltos. Após a Revolução Cubana – que, até hoje, mantém a ilha vigiada pela foice do partido comunista –, tal “panorama” é coisa do passado. Mas passado e presente estão na biografia Castro, do quadrinista alemão Reinhard Kleist, que desenha 50 anos na vida do comandante máximo Fidel Castro. Kleist filtra o mito pelo olhar do fictício jornalista Karl Mertens, cujas inicias remetem ao fundador da doutrina comunista, Karl Marx. Cinematográfica, a graphic novel é, também, imparcial. Neutralidade que, fora o belo traço pincelado de Kleist, talvez seja o atributo maior do lançamento. Fatos cruciais da vida do guerrilheiro são ilustrados na obra: o triunfo revolucionário, em 1959, divide quadros com o lado menos ensolarado da insurreição. Em Castro, o embargo econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos e as discórdias ideológicas entre Fidel e o “ícone pop”, Che Guevara, são polêmicas desimbuídas da partidária paixão com a qual, via de regra, essa poderosa história é retratada.
CRISTIANO BASTOS