Chabadabadá: Aventuras e Desventuras do Macho Perdido e da Fêmea Que Se Acha

Redação

Publicado em 06/08/2010, às 07h05 - Atualizado às 07h06
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Xico Sá

Record

Escriba encarna trovador de botequim em coletânea de divertidas crônicas

O novo livro do jornalista e escritor Xico Sá na verdade não tem nada de novo. Temos ali as velhas, mas nunca ultrapassadas, obsessões de seu autor: o relacionamento amoroso, a busca pelo “homem sem frescura” (substituído por seres sensíveis e perfumados) e a exaltação sempre galante da “cria de nossas costelas”. Embora o tema não seja nenhuma surpresa, o estilo truculento lírico inconfundível do jornalista dá um tom de ineditismo aos textos. Com um bom humor imprevisível e ironia afiada, o autor classifica os impagáveis espécimes de homens e mulheres que povoam a fauna pós-moderna, tudo de acordo com seu enorme baú de referências pop-brega-cultas. E o resultado é um divertido mosaico no qual o leitor – seja ele moderninho ou não – fatalmente irá se reconhecer ou lembrar de algum conhecido. Como sempre, Xico Sá ergue uma ode às mulheres e esculhamba a maioria dos homens, que para ele continuam agindo totalmente sem noção quando o assunto é o sexo oposto. Já que o autêntico macho está perdido e é incapaz de lidar com a fêmea moderna, resta ficar ao lado das moçoilas, seja como conselheiro e ouvinte, seja como amante. Para o sempre arguto Xico, o que importa é não fugir do encontro. Exatamente por isso elas é que têm o controle. Estamos nas mãos delas. Alguém aí ainda duvida?

Mauricio Duarte

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