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Commando

Johnny Ramone

Pablo Miyazawa Publicado em 14/02/2013, às 13h17 - Atualizado às 13h18

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Em biografia, guitarrista evoca convicções questionáveis

A mais famosa lenda em torno dos ramones é também a mais trágica: o guitarrista Johnny roubou a namorada do vocalista Joey, que passou a odiá-lo para sempre. O conflito não levou ao fim imediato da banda (durou mais 15 anos), mas contribuiu para turbinar a carga emocional e para consolidar o Ramones como uma máquina brutal e arrasadora ao vivo. E ninguém melhor para confirmar a história do que o próprio protagonista. Na autobiografia Commando, finalizada pela família após sua morte, em 2004 (e cuja produção começou quando descobriu o câncer de próstata que tiraria sua vida), Johnny não buscou a redenção ou caminhos fáceis. Falando verdades doloridas sem qualquer delicadeza, ele defende posições questionáveis (era um republicano apaixonado e conservador assumido) e não fazia questão de agradar ou fazer amigos. O relato ranzinza remete ao modo com que ele espancava power chords em sua Mosrite – brilhante e cheio de personalidade, ainda que cru, afiado e nada sutil. Fãs do Ramones irão sofrer com a dúvida: ou odiarão Johnny pelo modo como ele apunhalou Joey pelas costas; ou amarão o guitarrista apaixonadamente, pela dedicação com que manteve a banda funcionando acima de qualquer emoção ou relação pessoal.

Fonte: Leya