Mandela Retrato Autorizado
Redação
Publicado em 11/10/2007, às 17h50 - Atualizado em 12/10/2007, às 15h42Procedimento comum ainda hoje em muitos condomínios residenciais, a "entrada de serviço" brasileira, era, até recentemente, institucionalizada na África do Sul, onde os negros (natives) não tinham autorização de permanecer, freqüentar ou ocupar lugares exclusivamente reservados aos brancos (europeans) nem de cumprimentá-los. Foram necessários anos de luta e líderes, dentre os quais, o mais famoso é Nelson Mandela, o objeto do retrato editorial organizado por Mac Maharaj e Ahmed Kathrada, ambos ex-colegas do presídio de Robben Island, onde Mandela cumpriu pena por lutar contra um dos regimes políticos e raciais mais (des)"humanizantes" da história recente. O livro conta a trajetória de vida de Nelson Mandela desde seu nascimento em um pequeno vilarejo onde seu pai ocupava posição de destaque até suas recentes aparições como agente midiático em favor das vítimas do HIV ao lado de Bono por 60 testemunhas, amigos e contemporâneos do líder e foi concebido originalmente para ser um complemento à autobiografia Longo Caminho para a Liberdade. "Mandela é uma pessoa modesta e há partes de sua personalidade que não puderam ser capturadas naquele livro", diz em entrevista Geoff Blackwell no DVD que acompanha o colosso. Como qualquer retrato autorizado, trata-se de uma homenagem, o que justifica o tom monocromático de alguns trechos. No entanto, fotos inéditas de vários períodos de sua vida e de manisfestações, cartazes, assim como manuscritos de cartas e declarações proferidas nas inúmeras vezes em que esteve no banco dos réus justificam o livro em grande formato de 356 páginas. Vale o quanto pesa.
Por Márcio Cruz
Literatura Estrangeira
Mac Maharaj, Ahmed Kathrada
01
05
2007