A parte boa: há um pouco de tudo nesta nova antologia de textos brasileiros selecionados pelo organizador gaúcho Flávio Moreira da Costa. Crônicas, trechos de romances, letras de samba, pedaços de peças, poemas e até mesmo cantos indígenas estão ali para nos fazer sorrir.
O material prima pela excelência e por isso temos medalhões como Machado de Assis, Lima Barreto, Luis Fernando Veríssimo, Millôr Fernandes e outros tantos incontornáveis quando o assunto é sátira ou texto humorístico. É sempre agradável reler frases de Memórias Póstumas de Brás Cubas, por exemplo. A parte nem tão boa: a viagem começa lá atrás, no século 16, com a cultura tupinambá, mas termina precocemente com Antônio Prata. Já que o livro abre tantas portas interessantes, por que não agregar os humoristas da internet, diálogos de esquetes ou até mesmo quadrinhos mais atuais? Dividido em cinco partes (humores iniciais, coloniais, imperiais, república velha e republicanos), o livro seria ainda mais engraçado – e relevante – se conseguisse registrar quem consegue fazer rir hoje, em uma época tão séria.
Fonte: Companhia das Letras