Joy Division
Ao contrário de Tocando à Distância, livro de 1995 em que Deborah Curtis destrincha e quase mitifica a complexa personalidade do ex-marido, o cantor Ian Curtis, o relato escrito por Peter Hook, baixista do Joy Division e, pós-suicídio de Curtis, do New Order, apresenta uma visceral sinceridade nos detalhes que rememoram a meteórica e intensa jornada da banda do final dos anos 1970. É inevitável sentir-se íntimo, quase um membro do grupo, ao mergulhar nesta visão em primeira pessoa dos humores instáveis, das apresentações furiosas e dos momentos de inspiração que aqueles jovens de Manchester vivenciaram. Hook explicita a saudade quesente da ingenuidade que o Joy Division perpetrou na montanha- russa de sexo, drogas e rock and roll e confere a Curtis a função de líder e elo da banda. O autor ainda conta que que Curtis foi responsável, entre outras coisas, por tê-lo apresentado à obra dos escritores J.G. Ballard e William Burroughs. O músico aqui compõe uma balada sobre sua crescente desilusão com o mundo do pop rock. A edição brasileira conta com um prefácio apaixonado escrito por Edgard Scandurra.
Fonte: Seoman