O pop não é de longe invenção dos anos 80, mas a canção pop encontrou naquela década terreno fértil para seu enraizamento nas mentes das massas, no mundo todo e em especial no Brasil. A década de 1980 foi para nós (brasileiros)uma espécie de 'anos 60'", essa é a tese de Sílvio Anaz, jornalista mestre em letras pelo Mackenzie. Se o estudo dos produtos culturais não é novidade (assunto exaustivamente discutido desde a Escola de Frankfurt e Ok Computer! do Radiohead mais recentemente, que virou tese em Oxford), a análise do fenômeno pop é nova no Brasil. Assim como uma canção pop, definida nas primeiras linhas da obra, a leitura é fácil e não requer concentração catedrática, os conceitos são facilmente absorvidos como um refrão pegajoso do Lulu Santos. Depois de uma apresentação inspirada e dois capítulos deliciosos ("Definindo a Canção Pop" e "Os Anos 80 e a Canção Pop"), o livro finalmente (e infelizmente) se aproxima mais e mais de uma análise semiótica. Mas é no mínimo curioso ler uma análise séria de "Você Não Soube me Amar" da Blitz, e "Rádio Pirata", do RPM.
Por M. C.
Artes
Sílvio Anaz
01
11
2006