Não pensa, caralho
Não é uma homenagem em vida, como vi alguém dizer; Peréio não se entregaria e essa canalhice. Como bem diz Xico Sá, que assina o prefácio, o livro é um quebra-cabeça organizado por Lara Velho, la hija del hombre e com design de Pinky Wainer. No caso, um quebra-cabeça para adultos docemente esquizofrênicos e chegados em tragos, moças, duras bundas e poemas confessionais que adoram não saber o que aparece transfigurado atrás da garrafa, do ódio ou do amor. Assim, as páginas mostram imagens, sons, bilhetes de dor, de tesão, declarações escancaradas, ilustrações, contos, mentiras e fotos da vida inventada e da vida vivida de Peréio, o maldito, o ator, o doido, o são, o homem de quem toda mulher metida a moderna demais gostaria de levar uns tapas. Duvida? Sai perguntando. Quase no fim da trip na imagem do certificado de reservista - sim está lá - lê-se que sinais particulares o homem não possui. Porra, como assim?
Por Cristiane Lisbôa
Literatura Nacional
Paulo Cesar Peréio
01
12
2006