Após atentado, rapper precisou buscar novo acordo e recusou boas propostas antes de fechar com selo do amigo
Publicado em 06/11/2024, às 08h00
50 Cent alcançou o sucesso após assinar contrato com Shady/Aftermath Records, o selo comandado por Eminem e Dr. Dre. A parceria durou até 2014 com bons resultados para todos os envolvidos, mas houve quem aconselhasse o rapper a não fechar o acordo na época em que ele foi feito.
Inicialmente, o artista de nome de registro Curtis James Jackson III havia assinado com a Columbia Records no final dos anos 1990. No entanto, quando foi alvo de uma tentativa de assassinato em que sofreu 9 tiros, acabou dispensado pela gravadora.
O rapper ainda recusou outras propostas que chegaram na sequência e chamou a atenção de Eminem. Este, por sua vez, contou ao Baltimore Sun (via Showbiz CheatSheet) como foi a descoberta:
Quando eu ouvi a fita do 50 pela primeira vez, estava só ouvindo como um fã – e amando. Toquei sua música para Dre e ele deu o sinal verde. Então liguei para 50, eu disse: ‘cara, se estiver a fim, nós adoraríamos se você pudesse trabalhar com a gente’.”
50 Cent aceitou a proposta, mas foi aconselhado a fazer o contrário. O palpite veio de Steve Stoute, o responsável pelo primeiro contrato do artista, na Columbia Records. Embora a empresa tenha recusado o artista, Stoute não acreditava que Eminem e Dr. Dre pudessem alavancar a carreira dele.
O próprio 50 Cent explicou a situação em entrevista para a MTV:
Na época, Eminem estava fazendo ‘Purple Pills’ com o D12, então ele (Stoute) achava que Eminem era uma piada. É claro, eu assinei o acordo com o garoto branco, porque Eminem foi o único que mostrou interesse em mim. Ele é meu garoto branco favorito.”
Devido à recusa de um segundo contrato e algumas declarações na imprensa, 50 Cent e Steve Stoute se tornaram desafetos. Os dois chegaram a brigar durante um jogo de basquete do New York Knicks em 2014.
Antes de fechar com o selo de Eminem, 50 Cent recebeu propostas grandes. A Universal Music ofereceu um contrato para um álbum solo do rapper e também do G-Unit, grupo do qual fazia parte junto com Tony Yayo e Lloyd Banks.
Porém, Curtis James Jackson III recusou. O músico falou sobre o assunto em entrevista para a rádio Hot 107.9 (via Yahoo!):
Dino Delvaiile veio e me ofereceu US$ 1,3 milhão para fazer um álbum do G-Unit e meu álbum solo na Universal e eu recusei. E Tony Yayo não entendeu. Ele disse: ‘O quê? 1,3 milhões e você não vai fazer? O que? Isso é como dizer que ganhou na loteria e não vai pegar o bilhete’.”
A negativa tinha relação principalmente com o fato de que a gravadora já trabalhava com Ja Rule, um de seus maiores desafetos, e o selo Murda Inc. A ligação com outros selos também o incomodou. Nas palavras do próprio músico:
Eu disse: ‘Nah, não é o acordo certo’. Porque era no sistema da Universal. A Def Jam estava lá e aqueles caras já estavam fazendo dinheiro naquele sistema — onde eles poderiam influenciar e sabotar tudo o que eu tinha.”
No fim das contas, o contrato com o selo de Eminem e Dr. Dre foi um acerto. Nele, 50 lançou seu álbum de estreia e maior sucesso da carreira, Get Rich or Die Tryin’ (2003), além de The Massacre (2005), Curtis (2007) e Before I Self Destruct (2009). Por sua vez, Animal Ambition (2014) saiu pela G-Unit Records/Caroline.
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Colaborou: André Luiz Fernandes.