Artista construiu carreira longa sob conceitos que ela considera serem diferentes dos seguidos por outros famosos
Publicado em 07/12/2024, às 08h00
Os anos de estrada de Christina Aguilera garantiram a ela uma visão privilegiada do show business. A cantora não apenas se orgulha da verdade que diz trazer em sua música, como também apresenta ressalvas quanto a artistas que se aproveitam do momento para manter a relevância.
Em entrevista à Paper Magazine, Aguilera refletiu sobre trabalhos lançados apenas com a intenção de causar burburinho. Para a cantora, isso é algo que sai do controle com o tempo.
Christina disse:
Você pode fazer essas escolhas. Você pode escolher o mais seguro e ir com o fluxo, ou você pode fazer coisas que realmente movem as pessoas e chacoalham tudo. E eu não faço isso de forma intencional, eu acho brega fazer as coisas de forma intencional para a cultura pop, por barulho e atenção, para se manter, entre aspas, ‘relevante’. Isso ganha vida própria de forma estranha e se afasta da arte, ponto.”
Para a cantora, o segredo está em tentar não se repetir e provocar algum impacto, mas de maneira “orgânica”. Ela continua:
Então você pode ser um artista pop e genuinamente fazer o que você faz, e ainda surgir com mensagens e mudar as coisas. Eu nunca me interessei em fazer o mesmo disco de novo e de novo, essa é a minha pior ideia de música. É parte do nosso trabalho, como músicos, ver para onde a música está indo e ver o que está acontecendo socialmente. É realmente sobre conectar e tentar unir as pessoas.”
Christina Aguilera se orgulha de nunca ter se acomodado musicalmente. Com 9 álbuns lançados até o momento, ela garante que não tem medo de assumir riscos ao mudar de sonoridade entre cada um de seus álbuns.
Em suas palavras:
Acho que tem sido aparente em minha carreira que assumi riscos e tive sorte. É muito fácil ir pelo caminho seguro na perspectiva do público, então eles se sentem seguros. As pessoas estão confortáveis com o que elas sabem, e quando você muda o roteiro com elas e muda seu som – o que eu fiz de propósito em cada disco – querendo explorar, querendo experimentar e não querendo ficar na mesma. Eu não queria ser uma cantora de baladas unidimensional, eu não queria ser conhecida por uma coisa específica.”
A artista tem se esforçado bastante para não ser conhecida apenas por uma área. A trajetória musical continua — seu álbum mais recente, Aguilera, saiu em 2022 —, mas Christina também tem investido na carreira de atriz — como no filme Zoe (2018) — e meses atrás produziu, compôs e escreveu as letras do musical Burlesque, baseado no longa de mesmo título, lançado em 2010.
Em Burlesque, a americana trabalha ao lado de nomes como Steven Antin, Kate Wetherhead, Sia, Diane Warren, Todrick Hall e Jess Folley. A produção tem exibição inicialmente em Manchester, no Reino Unido, e depois Glasgow, Escócia.
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Colaborou: André Luiz Fernandes.
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.