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Música / experiência

A banda de rock que só dava para assistir chapado, segundo guitarrista do Twisted Sister

Jay Jay French sentiu como se estivesse se desligando de um “culto” quando percebeu que não gostava mais do grupo

Por Igor Miranda (@igormirandasite)
por Por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 31/10/2024, às 08h00

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Jay Jay French (Foto: Katja Ogrin/Redferns)
Jay Jay French (Foto: Katja Ogrin/Redferns)

O gosto musical de uma pessoa pode mudar drasticamente ao longo da vida. Aconteceu com Jay Jay French: na juventude, o guitarrista do Twisted Sister foi um grande fã do Grateful Dead, mas descobriu que o som da banda “batia” de forma diferente quanto ele estava chapado. A partir de uma experiência sóbrio, sua percepção mudou completamente.

Em entrevista ao canal Vinyl Ventures (via Ultimate Guitar), French revelou que era fã assíduo do Grateful Dead, tendo presenciado pelo menos 27 shows da banda. Isso aconteceu uma época em que as drogas eram muito presentes na vida do guitarrista e ele tinha visto todas as apresentações sob efeito de entorpecentes.

O artista relatou:

Eu os vi 26 vezes com (efeito de) LSD. Era a maior banda que eu já tinha visto. Mas eu os vi sóbrio e era a pior p*rra de banda que eu já tinha escutado na minha vida.”

O distanciamento do Grateful Dead – e das drogas – se deu com a chegada de novos sons na vida do então jovem músico. French começou a ter contato com Mott the Hoople, David Bowie e Lou Reed, o que alterou drasticamente suas preferências.

Só que isso teve consequências. Jay Jay conta, de forma sarcástica, como foi o rompimento:

Eu me ‘des-Grateful-Dead-izei’ o que é como sair de um culto. Eu me desliguei do culto. E isso basicamente causou um monte de problemas, porque todos os meus amigos eram fanáticos pelo Grateful Dead, e eles basicamente pensaram que eu estava perdendo a cabeça.”
Grateful Dead em 1981 (Foto: Ed Perlstein/Redferns/Getty Images)

Jay Jay French, um Deadhead

O guitarrista do Twisted Sister era parte dos chamados Deadheads, expressão que designava os apreciadores mais fanáticos do Grateful Dead. A banda comandada por Jerry Garcia era famosa pelos shows imprevisíveis em termos de setlist e com longas improvisações. Dessa forma, uma apresentação raramente era igual à outra.

Com isso, grupos de pessoas passaram a viajar junto com a banda para acompanhar os shows. Não só isso: as performances eram gravadas pelos admiradores, já que os músicos não se opunham à criação de bootlegs.

Os Deadheads acabaram se tornando um aspecto importante do Grateful Dead durante seu período em atividade. Os fãs influenciavam em decisões internas e até participavam das apresentações — o que torna compreensível a visão de Jay Jay French sobre o “culto” ao redor deles.

Além dele, muitas celebridades – dos mais variados backgrounds – se revelaram Deadheads através dos anos. Políticos americanos como Bill Clinton, Al Gore (e sua esposa, Tipper Gore) estão na lista, além dos escritores Stephen King e George R.R. Martin, os empresários Steve Jobs (Apple) e Larry Page (Google), a atriz Whoopi Goldberg, os músicos Elvis Costello, John Mayer, Henry Rollins, Perry Farrell e Dave Navarro, o polêmico influenciador político Steve Bannon e o apresentador de TV Tucker Carlson.

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Colaborou: André Luiz Fernandes.

Por Igor Miranda (@igormirandasite)

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.