A banda punk que Kamala Harris levou sua prima para assistir ao vivo
Advogada na época, política americana realizou sonho de parente mexicana criada na Índia por volta de 2001
Igor Miranda (@igormirandasite)
Em entrevistas ao longo dos últimos anos, a política americana Kamala Harris, revelou ser fã de jazz, soul e um pouco de hip-hop. É difícil imaginar uma autoridade com tamanho porte em um show de um punk rock, mas isso já aconteceu no início do século — ao menos de acordo com uma parente.
Sharada Balachandran Orihuela é prima mais nova de Kamala, por parte de mãe. As duas moraram juntas quando Sharada se mudou para os Estados Unidos.
A prima de Kamala nasceu no México, mas estudou na Índia. No país da Ásia Meridional, aprendeu a gostar de punk rock, embora houvesse poucos artistas locais do estilo.
A própria explicou à agência EFE:
Frequentei o ensino médio na Índia e não havia muitos shows de punk rock lá. Eu ouvia música em meu Walkman e quando me mudei para os Estados Unidos, pensei que agora poderia ir a todos aqueles shows.”
Isso foi por volta de 2001, quando Sharada foi morar com Kamala, que à época ainda trabalhava como advogada, e sua mãe, Shyamala, em Oakland, no estado americano da Califórnia. Além de fazer faculdade nos Estados Unidos, a jovem ganhou da prima mais velha a oportunidade de assistir uma de suas bandas favoritas ao vivo: o Bad Religion, que se apresentou em San Francisco, também em território californiano.
Embora o grupo nunca tenha manifestado oficialmente algum tipo de apoio a Kamala nas disputas eleitorais, ela parece ter um bom trânsito entre os músicos de modo geral. Em 2024, Kamala Harris perdeu a eleição americana para Donald Trump, mas teve apoio de artistas como Charli XCX, Pink, Beyoncé, Megan Thee Stallion, Bon Iver e Jason Isbell.
Sobre o Bad Religion
Na ativa desde 1980, o Bad Religion é uma das mais famosas bandas de punk rock a surgir naquela década. Nome influente em especial para a disseminação do chamado pop punk em tempos seguintes, o grupo carrega mensagens políticas em praticamente todas as suas músicas. Embora não tenha declarado voto em Kamala, o grupo já afirmou que o álbum Age of Unreason (2019) é uma declaração de “ódio” a Donald Trump. O mesmo já aconteceu com The Empire Strikes First (2004), ingratamente “dedicado” ao então presidente George W. Bush.
Da formação original, permanecem três membros: o vocalista Greg Graffin, o guitarrista Brett Gurewitz e o baixista Jay Bentley. Além da política, o grupo também trata questões sociais, ciência — já que Graffin é PhD em zoologia — e religião, de forma crítica, em suas letras.
Colaborou: André Luiz Fernandes.