Advogada na época, política americana realizou sonho de parente mexicana criada na Índia por volta de 2001
Publicado em 03/12/2024, às 08h00
Em entrevistas ao longo dos últimos anos, a política americana Kamala Harris, revelou ser fã de jazz, soul e um pouco de hip-hop. É difícil imaginar uma autoridade com tamanho porte em um show de um punk rock, mas isso já aconteceu no início do século — ao menos de acordo com uma parente.
Sharada Balachandran Orihuela é prima mais nova de Kamala, por parte de mãe. As duas moraram juntas quando Sharada se mudou para os Estados Unidos.
A prima de Kamala nasceu no México, mas estudou na Índia. No país da Ásia Meridional, aprendeu a gostar de punk rock, embora houvesse poucos artistas locais do estilo.
A própria explicou à agência EFE:
Frequentei o ensino médio na Índia e não havia muitos shows de punk rock lá. Eu ouvia música em meu Walkman e quando me mudei para os Estados Unidos, pensei que agora poderia ir a todos aqueles shows.”
Isso foi por volta de 2001, quando Sharada foi morar com Kamala, que à época ainda trabalhava como advogada, e sua mãe, Shyamala, em Oakland, no estado americano da Califórnia. Além de fazer faculdade nos Estados Unidos, a jovem ganhou da prima mais velha a oportunidade de assistir uma de suas bandas favoritas ao vivo: o Bad Religion, que se apresentou em San Francisco, também em território californiano.
Embora o grupo nunca tenha manifestado oficialmente algum tipo de apoio a Kamala nas disputas eleitorais, ela parece ter um bom trânsito entre os músicos de modo geral. Em 2024, Kamala Harris perdeu a eleição americana para Donald Trump, mas teve apoio de artistas como Charli XCX, Pink, Beyoncé, Megan Thee Stallion, Bon Iver e Jason Isbell.
Na ativa desde 1980, o Bad Religion é uma das mais famosas bandas de punk rock a surgir naquela década. Nome influente em especial para a disseminação do chamado pop punk em tempos seguintes, o grupo carrega mensagens políticas em praticamente todas as suas músicas. Embora não tenha declarado voto em Kamala, o grupo já afirmou que o álbum Age of Unreason (2019) é uma declaração de “ódio” a Donald Trump. O mesmo já aconteceu com The Empire Strikes First (2004), ingratamente “dedicado” ao então presidente George W. Bush.
Da formação original, permanecem três membros: o vocalista Greg Graffin, o guitarrista Brett Gurewitz e o baixista Jay Bentley. Além da política, o grupo também trata questões sociais, ciência — já que Graffin é PhD em zoologia — e religião, de forma crítica, em suas letras.
Colaborou: André Luiz Fernandes.
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.