Comparação

A diferença entre o público de metal extremo no Brasil e no exterior, segundo Krisiun

Max Kolesne, Alex Camargo e Moyses Kolesne elogiaram público brasileiro da banda de death metal

Felipe Grutter (@felipegrutter)

Publicado em 04/10/2023, às 12h57
Krisiun (Foto: Pri Secco/Divulgação)
Krisiun (Foto: Pri Secco/Divulgação)

Um dos nomes mais importantes do death metal dos últimos 30 anos, tanto no Brasil quanto no mundo, Krisiun tem bastante agenda no exterior e também realiza diversos shows no país de origem, mas os integrantes da banda, Max Kolesne (bateria), Alex Camargo (vocal, baixo) e Moyses Kolesne (vocal, guitarra), reconhecem as diferenças em cada cena.

Durante entrevista à Rolling Stone Brasil, os três irmãos reconheceram como na América do Norte e Europa existe uma aceitação muito maior do death metal e de outros estilos de música extrema, enquanto no Brasil ainda existe certo preconceito, mesmo com um público forte.

+++LEIA MAIS: Krisiun relembra 'pressão' para a banda mudar após lançar Unmerciful Order [ENTREVISTA]

"É uma coisa que a gente vem batalhando há bastante tempo. Independente do estilo que a gente toca, conseguimos transcender um pouco do limite do estilo," afirmou Alex. "A gente consegue entrar em certos lugares que o estilo praticamente não existe."

Tu vai num show do Krisiun e tem punk, cara que curte trash metal, keavy metal... vai muito do que banda está produzindo e fazendo. Tem muita banda boa, mas às vezes falta um pouco de apoio, ou até mesmo de dedicação em criar algo realmente novo. Então é uma coisa que a gente passa um pouco.

Em seguida, Alex explicou como o trabalho duro da banda, com bastante dedicação, ajudou o Krisiun a ultrapassar esse limite e barreira que o gênero musical pode trazer. Por exemplo, os shows dos três irmãos contam com um verdadeiro encontro de "tribos" diferentes do rock.

+++LEIA MAIS: Rolling Stone Sessions apresenta Krisiun no Cine Joia

"O metal é um pouco fechado no Brasil. O estilo do heavy metal e do trash metal. O fato da gente batalhar há bastante tempo e desenvolver um trabalho gravando e saindo em turnê, você acaba passando a limitação de um estilo e ser taxado: 'Isso é death metal, aquilo é trash metal,'" continuou o baixista e vocalista.

Acaba sendo tudo metal. Para você desenvolver isso, só com anos de trampo e gravação.

Já sobre o público brasileiro, Max Kolesne citou shows esgotados no país, mesmo com dificuldade de atingir aquilo que está na moda na música: "Ainda no meio mais mainstream segue com um acesso não tão fácil, mas o metal extremo no Brasil - público, banda e produtores - tá indo bem."

+++LEIA MAIS: Uma conversa com o Krisiun, o maior nome brasileiro do metal na atualidade

Segundo o baterista, Krisiun conseguiu manter um público fiel, enquanto chamou atenção e conquistou de fãs mais novos, na casa dos 17 e 18 anos. "A gente vê que esse estilo de som, metal extremo, independente do que acontece na cena de altos e baixos, das modas, ele não morre. É eterno e vai se manter firme, e vamos nos mantendo firme juntos," afirmou.


Rolling Stone Sessions apresenta Krisiun no Cine Joia

Krisiun, grande nome do death metal brasileiro, é a próxima atração do Rolling Stone Sessions, que será realizado exclusivamente no Cine Joia. Formada em Porto Alegre (RS) na década de 1990, o trio de irmãos Alex Camargo (baixo/vocal), Max Kolesne (bateria) e Moyses Kolesne (guitarra), vai se apresentar na capital paulista no dia 02 de dezembro, a partir das 22h.

+++LEIA MAIS: Black Sabbath: Geezer Butler relembra 'lunático' que tentou 'sacrificar' Tony Iommi

No show exclusivo, o grupo pretende apresentar seu recente disco, Mortem Solis (2022), dentre outros clássicos que não poderiam faltar no repertório, que será especial. No 12º álbum, a Krisiun está determinada a manter intacto o destemor underground de longa data.

Em comunicado para a imprensa, os irmãos disseram que Mortem Solis vem como uma lâmina incandescente de uma cultura musical pré-fabricada. É um death metal feroz e agressivo, contudo, extremamente trabalhado - que pode ser visto nas faixas “Serpent Messiah”, “Sworn Enemies”, “Swords into Flesh” e “War Blood Hammer”.

+++LEIA MAIS: Ozzy Osbourne e Geezer Butler não se falam mais por conta de suas esposas

"Nós tivemos realmente novas ideias vindo em Mortem Solis”, diz Moyses Kolesne, guitarrista do Krisiun. “Talvez pelo fato de termos parado por dois anos [devido a pandemia], mas também vimos a cena do metal se tornar mais comercial e falsa. Como uma banda antiga, mantemos isso real e essa é nossa missão no momento - trazer o real death metal de volta”.

Inspirado por diversas bandas de metal extremo, incluindo Slayer, Venom, Destruction, Motörhead, Morbid Angel e o famoso conterrâneo Sepultura, a banda diz que o novo projeto é mais "direto", que mostra a visão de AlexMoyses Max sobre o cenário do heavy metal atualmente, levando em conta a evolução individual de cada integrante como irmão, pessoa e músico.

Cortamos tudo o que consideramos desnecessário para torná-lo o mais brutal possível. Sem usar um computador ou click-tracks - tudo no verdadeiro espírito do death metal. Nós nos divertimos muito juntos. Foi essa coesão nos deu o caminho de Krisiun, o caminho em que estamos e continuaremos a trilhar”.

SERVIÇO

Rolling Stone Sessions apresenta: Krisiun
Data: 02 de dezembro de 2023
Horário: 22h
Local: Cine Joia
Endereço: Praça Carlos Gomes, 82, Sé - São Paulo, SP

*Em função da alta demanda por ingressos e capacidade limitada, nós tivemos que realocar o show da banda Krisiun - que aconteceria no dia 27 de setembro, no Blue Note São Paulo - para uma casa de shows com uma capacidade de público maior.