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Música / "Destruiu meu cérebro"

A dura crítica de Billie Eilish a filmes pornô, que ela via desde os 11 anos

Cantora é mais uma das celebridades que se posiciona durante contra a indústria de filmes adultos e afirma já ter tido problemas com conteúdo desse tipo

Igor Miranda (@igormirandasite)
por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 30/07/2024, às 09h53

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Billie Eilish (Foto: Arturo Holmes/Getty Images)
Billie Eilish (Foto: Arturo Holmes/Getty Images)

Material pornográfico está mais acessível do que nunca. Até mesmo em redes sociais: no início do mês de junho, o X (anteriormente Twitter) liberou oficialmente a publicação de conteúdo do tipo em sua plataforma.

Mesmo crianças e adolescentes podem estar expostos a esse tipo de material, visto que o controle parental é bastante ineficiente. É o que mostra a história de Billie Eilish, uma das maiores cantoras da atualidade e crítica ferrenha do mundo dos filmes explícitos.

A artista abriu o jogo sobre o assunto em 2021, durante participação no programa de Howard Stern (via Rock Celebrities), na rádio SiriusXM. Não se trata de uma temática aleatória para ela: Eilish revelou que consumia muita pornografia desde muito jovem. No passado, chegou a defender esse tipo de conteúdo.

Em dado momento, percebeu seus efeitos em sua própria vida sexual. Foi aí que a situação mudou. Billie contou:

Eu acho pornografia uma desgraça. Eu costumava ser a pessoa que gostava de falar de pornografia o tempo todo. Eu dizia: ‘é tão estúpido que alguém possa achar que pornô é ruim ou errado, eu acho tão legal, é ótimo’. Defendia e costumava assistir um monte de pornografia, para ser honesta.”

Ainda durante a entrevista, Eilish revelou que começou a consumir esse tipo de conteúdo aos 11 anos de idade. Na época da entrevista, tinha 20. Ela continuou explicando sua opinião sobre os filmes eróticos inicialmente:

Eu não entendia por que era uma coisa ruim. Eu pensava que era assim que você aprendia a fazer sexo. Acho que realmente destruiu meu cérebro. Me sinto incrivelmente desolada por ter sido exposta a tanta pornografia.”

Vídeos abusivos e reflexão

Ainda durante a entrevista, Billie Eilish contou que via vídeos que hoje considera “abusivos”, envolvendo práticas mais extremas. Atualmente, ela associa o consumo desse tipo de conteúdo a experiências de pesadelos e paralisia do sono.

Eilish também acredita que isso influenciou sua vida sexual negativamente. Em especial, as primeiras relações foram afetadas.

Chegou a um ponto em que eu não conseguia ver nada que não fosse violento. Não achava atraente. E eu era virgem. Nunca tinha feito nada. Isso levou a problemas. Nas primeiras vezes em que fiz sexo, eu não dizia ‘não’ para coisas que não eram boas. Isso é porque eu achava que eu deveria me sentir atraída por aquilo. É o que muitas pessoas acham que elas deveriam aprender. É como tantos homens acham que devem ser.”

Para a cantora, além de influenciar o comportamento negativo nos homens, os filmes pornográficos também afetam as mulheres.

Os corpos das mulheres não se parecem com aquilo. Não somos daquele jeito. Tenho tanta raiva pelo pornô ser tão amado e tenho tanta raiva de mim por ter achado que isso era ok.”

A experiência de Billie Eilish com a pornografia já foi abordada em letras de músicas. Um exemplo é “Male Fantasy”, do álbum Happier Than Ever (2021), durante a qual aborda uma situação em que está sozinha em casa e assiste a vídeos para tentar esquecer um término de relacionamento.

Outros relatos como o de Billie Eilish

Billie Eilish não foi a única celebridade a se manifestar contra a indústria dos filmes adultos. Sua declaração de 2021 foi comentada no Instagram por Brian “Head” Welch, guitarrista do Korn, que apoiou as palavras da cantora.

Sem julgamentos se você gosta de pornografia, mas definitivamente entendo Billie Eilish – um monte de energia negativa naquela indústria, na minha experiência.”

Kanye West, rapper hoje conhecido apenas como Ye, já disse que o conteúdo adulto “acabou com sua família”. Assim como Billie, ele também teve acesso a esse tipo de conteúdo muito cedo, como contou para a Elle, em 2019:

“Meu pai deixou uma [revista] Playboy por aí quando eu tinha 5 anos e isso afetou praticamente todas as escolhas que fiz pelo resto da vida. Dos 5 anos até agora, tenho tentado mudar meus hábitos e isso se apresenta de forma aberta, como se fosse ok, mas eu me posiciono e digo: ‘não, isso não é ok’.”

Outro exemplo famoso é o do ator Terry Crews. Ao The Wendy Williams Show, ele também citou casos de dependência na família e contou que antes de se tratar, a pornografia estava prejudicando seu casamento. Ele também disse que era viciado em conteúdo explícito desde os 12 anos, enquanto seu pai era alcoólatra e sua mãe, “viciada em religião”.

Colaborou: André Luiz Fernandes.