Fã de Daft Punk e Green Day, fundador do Facebook chegou a lançar uma canção em parceria com T-Pain recentemente
Publicado em 20/11/2024, às 08h00
Não dá para negar: Mark Zuckerberg entende de tecnologia. Porém, o conhecimento do criador do Facebook a respeito de música pode tornar um pouco surpreendente a sua decisão de comentar sobre o uso de inteligência artificial nesse segmento artístico.
Fato é que, em aparição no programa Track Star (via NME), Zuckerberg abordou o assunto. O empresário declarou acreditar que a presença de IA na criação musical pode levar a resultados “interessantes”, mas “sem alma”.
O presidente e CEO da Meta, responsável por controlar Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp, participava de um game onde precisava identificar músicas e artistas. Ao acertar uma canção do Green Day, ele foi convidado a refletir se uma inteligência artificial poderia soar tão boa quanto a banda americana. Em sua resposta, disse:
A IA provavelmente será capaz de produzir música tecnicamente interessante. Mas às vezes pode parecer um pouco sem alma porque faltam as outras partes da conexão humana.”
Ainda durante sua participação no programa, Zuckerberg revelou adorar Olivia Rodrigo e Daft Punk. Inclusive, o duo francês de música eletrônica era uma de suas principais audições enquanto ele criava o código do Facebook, duas décadas atrás.
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Os laços de Mark Zuckerberg com a música se estreitaram nos últimos dias, com o lançamento de um single em parceria com T-Pain. Ambos gravaram uma versão acústica para “Get Low”, hit de Lil Jon and the East Side Boyz, sob o nome Z-Pain.
A iniciativa visou celebrar o aniversário de Priscilla, esposa de Mark. A música original é especial para os dois, visto que ela estava tocando quando eles se conheceram durante uma festa de faculdade.
Esta não foi a primeira vez que Mark Zuckerberg opinou sobre a presença de inteligência artificial. O criador do Facebook declarou apoio ao uso do recurso de código aberto “como um contraste com o funcionamento mais fechado dos grandes disruptores desse setor”. O CEO do Spotify, Daniel Ek, manifestou concordância à ideia. Ambos visam encorajar órgãos reguladores da Europa a aderirem o conceito.
Em texto de blog conjunto, eles afirmam:
Uma oportunidade importante para organizações europeias é por meio da IA de código aberto — modelos cujos pesos são divulgados publicamente com uma licença permissiva. Isso garante que o poder não seja concentrado entre alguns grandes players e, como aconteceu com a internet antes dela, cria um campo de jogo nivelado.”
No âmbito musical, artistas estão demonstrando preocupação pelo uso de inteligência artificial, especialmente pelo uso de suas obras intelectuais para o treinamento da ferramenta. A ONG Artists Rights Alliance tem feito apelos para que empresas de tecnologia não realizem geração de música com IA visando substituição da arte humana ou redução da compensação financeira a seus criadores.
Nomes como Billie Eilish, Robert Smith, Stevie Wonder, Nicki Minaj, Katy Perry, Sam Smith, Kim Petras, R.E.M., Jon Bon Jovi, Mumford & Sons, Imagine Dragons, Pearl Jam, entre vários outros se manifestaram de forma favorável ao propósito da entidade.
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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.