A música do Linkin Park na qual ninguém apostava, mas virou hit

Nenhum integrante do Linkin Park pensava que seu álbum de estreia, Hybrid Theory (2000), faria tanto sucesso. Trata-se do disco de rock mais vendido do século 21 — que, diga-se, começou em 2001, mas os números registrados (32 milhões de cópias) dizem respeito justamente ao período em questão.

O grande hit desse trabalho é “In the End”, disponibilizada como quarto single. A faixa atingiu o top 10 das paradas de mais de dez países, incluindo o segundo lugar nos Estados Unidos. Hoje, acumula quase 2 bilhões de visualizações em seu videoclipe no YouTube.

Dentro da banda, praticamente ninguém achava que a canção se tornaria um sucesso. Não à toa, outras músicas foram liberadas como single antes dela — “One Step Closer”, “Papercut” e “Crawling”.

O assunto foi abordado por Mike Shinoda em entrevista de 2023 ao radialista Howard Stern (via site Igor Miranda). Mesmo na posição de um dos compositores, o vocalista e multi-instrumentista não via potencial na faixa. Apenas um integrante ficou empolgado: o baterista Rob Bourdon, único membro que optou por estar ausente da atual reunião, com Emily Armstrong nos vocais e Colin Brittain na vaga dele.

“Não me pareceu algo grande ou um hit. Era muito jovem e não sabia como era uma música de sucesso. […] Rob disse algo tipo: ‘cara, essa é a música que estávamos esperando, é a melhor música que temos’.”

Hater da própria obra?

Shinoda ainda aproveitou a ocasião para negar que Chester Bennington, cantor falecido em 2017, odiava “In the End”. O artista chegou a dizer isso em entrevistas, mas seu colega acredita que ele apenas tinha outras favoritas.

“Chester não odiava ‘In the End’. Ele gostava da música e realmente gostava de músicas mais pesadas. Então diziam que ‘In the End’ ‘deveria ser um single’ e essa música não é a que ele teria escolhido para isso.”

A criação de “In the End”, do Linkin Park

Ainda durante a entrevista para Howard Stern, Mike Shinoda relembrou o processo de criação de “In the End”. O artista disse ter criado em apenas uma noite a linha de piano, parte do rap, os acordes do refrão e os beats. O ambiente não era dos mais convidativos.

“Estava sentado num lugar para ensaios em Hollywood and Vine, em Los Angeles. Lá fora tinham viciados e prostitutas. Trancamos todas as portas porque não queríamos que ninguém entrasse.”

De acordo com a base de dados do site Setlist.fm, “In the End” é a música que o Linkin Park mais tocou ao vivo, com 759 execuções. Atrás dela estão “One Step Closer” (756) e “Papercut” (669), todas oriundas de Hybrid Theory. De outros álbuns, a mais lembrada é “Faint”, com 600 performances.

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