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Música / COMPOSIÇÃO

A música sobre obsessão que Joni Mitchell levou 7 anos para concluir

Ideia inicial surgiu em 1982, mas cantora não conseguiu pensar na narrativa perfeita para melodia até o fim da década

Igor Miranda (@igormirandasite)
por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 19/11/2024, às 07h00

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Joni Mitchell (Foto: Emma McIntyre/Getty Images for The Recording Academy)
Joni Mitchell (Foto: Emma McIntyre/Getty Images for The Recording Academy)

Nem sempre o processo de composição é fácil. No caso de Joni Mitchell, uma de suas músicas levou 7 anos para ser concluída.

Criada em 1989, “Two Grey Rooms” faz parte do álbum Night Ride Home, lançado em 19 de fevereiro de 1991. No entanto, sua gênese é datada de quase uma década antes.

A ideia inicial para a melodia surgiu durante as sessões do disco Wild Things Run Fast (1982), sob o título provisório “Speechless” (“sem palavras”, em tradução livre). Um nome quase irônico, pois a cantora não conseguia idealizar os melhores versos.

Em uma entrevista à Mojo, Mitchell contou sobre como as palavras certas finalmente lhe vieram sete anos depois. Ela explicou a inspiração:

Demorou sete anos para encontrar a história certa para a música. É um conto de obsessão sobre esse aristocrata alemão que tinha uma amante na juventude a qual nunca superou.”

Foco no aristocrata

Entretanto, o foco de “Two Grey Rooms” não é na amante em si, e sim no aristocrata transferindo sua obsessão para outra pessoa. No caso, um completo estranho que passa perto de sua casa todo dia.

A própria natureza da letra é notória. Joni Mitchell ficou conhecida na história da música por suas músicas confessionais, cheias de detalhes autobiográficos. Aqui, porém, a canadense escreveu uma narrativa inteiramente ficcional.

Ela comentou:

É uma música que mostra como minhas canções não são todas autorretratos.”

Retorno triunfal de Joni Mitchell

Night Ride Home é um caso curioso. Elogiado pela crítica na época de seu lançamento, o décimo quarto álbum de Joni Mitchell foi o último da cantora com a Geffen Records. O selo havia sido adquirido em 1990 pela MCA. Assim, foi o primeiro disco da artista a não ser distribuído pela Warner.

Ao final desse acordo, ela assinou com a WEA (abreviação de Warner-Elektra-Atlantic) e lançou Turbulent Indigo em 1994. O álbum foi considerado seu melhor lançamento desde os anos 1970 pela Rolling Stone EUA, e venceu o Grammy de Melhor Álbum Pop no ano seguinte.

Turbulent Indigo também coincidiu com o fim do casamento dela com Larry Klein, seu principal colaborador desde os anos 80. Felizmente, a parceria criativa entre os dois sobreviveu: o músico participa de todos os álbuns subsequentes de Joni.

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Colaborou: Pedro Hollanda.