Primeiro grande hit do cantor não está entre suas músicas favoritas e é fruto de experiências reais vividas por ele no início dos anos 70
Publicado em 20/10/2024, às 08h00
É praticamente impossível não associar Billy Joel a “Piano Man”, seu primeiro grande hit. A música foi lançada em 1973, no álbum de mesmo nome, e informalmente serve como apelido para o artista.
Curiosamente, Joel tem uma opinião não muito popular a respeito de sua própria composição. O americano é bastante crítico em relação à sua obra, o que pode surpreender alguns fãs.
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“Piano Man” oferece a visão de um pianista a respeito de clientes de um bar, bem como outras pessoas presentes. É inspirada em experiências reais vividas por Billy entre 1972 e o início de 1973, quando viveu em Los Angeles e se apresentava em pubs locais, como músico de apoio, sob o pseudônimo Bill Martin — à época, por questões com sua gravadora, não podia se apresentar usando o próprio nome artístico.
Mesmo com tanto significado, Joel revelou não ser o maior admirador da composição em uma entrevista para Marc Allen (via Far Out Magazine). Sobre ela, o cantor e pianista disse:
Eu não tenho ideia de por que essa música se tornou tão popular. É uma favorita dos karaokês. A melodia não é muito boa e é muito repetitiva, enquanto a letra é como uma quintilha (tipo de poema). Eu fiquei chocado e envergonhado quando ela se tornou um hit. Mas minhas músicas são como meus filhos, e eu olho para essa música e penso: ‘meu filho foi muito bem’.”
Quando lançada, “Piano Man” alcançou a 25ª posição na parada americana e repercutiu bem no Canadá, onde Joel ganhou fama rapidamente. No entanto, a faixa só conquistou maior notoriedade quatro anos, quando o cantor divulgou o álbum The Stranger (1977), responsável por fazer o público olhar para as obras anteriores do músico.
Mesmo com as duras críticas, Billy Joel não considera “Piano Man” como sua pior música. O título vai, incrivelmente, para outro grande hit composto por ele: “We Didn’t Start the Fire”, do álbum Storm Front (1989). E trata-se de outra canção com história particular, pois foi criada em comemoração aos 40 anos de idade alcançados pelo artista naquele ano.
Em entrevista ao The Howard Stern Show (via site Igor Miranda), o cantor revelou sua opinião sobre a faixa. Ele disse:
“Não a odeio, mas considero a pior coisa que já compus. Musicalmente, não é muito boa. A melodia não é grande coisa. E também tenho dificuldade em lembrar toda a letra.”
Apesar disso — e da recepção ruim da crítica especializada —, “We Didn’t Start the Fire” alcançou números impressionantes. Atingiu o topo da parada americana e o top 10 de outros nove países, incluindo Canadá, Austrália e Reino Unido.
Colaborou: André Luiz Fernandes.
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.