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Música / Post-grunge

A opinião de Scott Stapp sobre o ódio da mídia contra o Creed

Banda esteve entre as mais repudiadas em meio ao estouro do post-grunge, no fim dos anos 1990

Igor Miranda (@igormirandasite)
por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 10/07/2024, às 16h03

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Brian Marshall, Mark Tremonti, Scott Phillips e Scott Stapp na formação do Creed em 2009 (Foto: Victor Spinelli/WireImage)
Brian Marshall, Mark Tremonti, Scott Phillips e Scott Stapp na formação do Creed em 2009 (Foto: Victor Spinelli/WireImage)

O estouro do chamado post-grunge no fim da década de 1990 fez com que algumas bandas do segmento recebessem críticas por seus trabalhos. Creed e Nickelback, duas das mais bem-sucedidas, se tornaram alvos. A adequação comercial de uma sonoridade inicialmente alternativa foi o principal comentário negativo feito por uma parcela dos fãs de rock e críticos especializados.

Apesar disso, o segmento resistiu e os dois nomes citados continuaram bastante populares. O Nickelback manteve suas atividades ininterruptas e emplacou vários hits ao longo de sua trajetória. Já o Creed encerrou atividades no meio dos anos 2000 e teve duas reuniões, todas elas com shows lotados e muita repercussão em meio ao público.

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O vocalista deste segundo grupo citado, Scott Stapp, refletiu sobre como a percepção de “banda odiada”, no fim das contas, não se comprova. Em entrevista ao Consequence, ele comentou sobre como a reunião do Creed tem contado com uma abordagem de positividade, não de “vingança” contra os haters.

Inicialmente, Stapp demonstrou compreender a reação negativa de primeiro momento ao sucesso do grupo. Ele disse:

Acho que uma parte da reação inicial ao Creed foi apenas consequência de ser algo tão grande e rápido. Emplacamos oito singles consecutivos em primeiro lugar nas paradas americanas. Estávamos em todas as rádios. Não dava para fugir da gente. Mas foi completamente criado por uma espécie de mídia crítica e de elite, uma espécie de ‘clube dos caras maneiros’, que gostava de bandas que não vendiam muitos discos. Então foi uma narrativa gerada por esse nicho da mídia e depois propagandeada para fazer as pessoas pensarem que aquela era a voz do povo.

O problema é que tal narrativa, de acordo com Scott, não se comprovou. Afinal de contas, o sucesso continuou.

Enquanto essa narrativa era divulgada, estávamos lotando vários shows de arenas, ganhando discos de diamante e chegando ao patamar de estádio. Uma vez que esse tipo de coisa chega a esse ponto, sempre terá algo desse tipo, mas que não representa o povo. E o Creed sempre foi uma banda popular. Foi isso que significou tanto para nós: os prêmios e o reconhecimento que obtivemos, que as pessoas escolheram, e que os números diziam, e que os ingressos para shows diziam. Sendo alguém que está vendo de longe, essa é minha perspectiva.

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Mágoa e frustração no Creed

Ainda assim, ninguém é de ferro. Os integrantes do Creed ficaram chateados com as manifestações negativas contra a banda — especialmente por eles serem apenas uma banda.

Na época, isso nos pegou de surpresa. Não entendemos por que passamos de capas de revistas que diziam ‘Creed é o salvador do rock ‘n’ roll’ para, de repente, virar a banda mais odiada pela mídia. Não pelo público, pela mídia. Sendo tão jovem, é claro que houve alguma frustração, raiva, mágoa. Mas onde estamos agora, entendemos que isso faz parte. Isso também acontece no esporte profissional. Mark [Tremonti, guitarrista] e eu estávamos dando uma entrevista outro dia, e ele estava falando sobre como isso aconteceu com [o jogador de basquete] LeBron James. Ele era o Rei James, agora ele é odiado. É um dos jogadores mais odiados da liga, e tudo por causa de quão dominante e bem-sucedido ele é.

No fim das contas, tantos anos depois, a aprovação do público é o que importa para o Creed. Stapp conclui: “Tudo o que importa para nós são os fãs. Tudo o que importa é aproveitar a positividade e tentar entregar o melhor aos fãs todas as noites, focar no que é bom e simplesmente deixar todo o restante passar.”

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O Creed realizou seus primeiros shows de reunião nos dias 27 e 29 de abril, no cruzeiro Summer of ’99. Agora, a banda se prepara para uma turnê pela América do Norte, a ser iniciada em julho. A agenda inclui datas até dezembro.

Igor Miranda (@igormirandasite)

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.