“NÃO VENHA AOS SHOWS”

A resposta de Sabrina Carpenter a produtores que criticaram sua sensualidade

Trio inglês de compositores afirma que não se deve pedir respeito “usando calcinha fio dental”; cantora definiu raciocínio como “retrógrado”

Igor Miranda (@igormirandasite)

Sabrina Carpenter
Sabrina Carpenter - Foto: Steve Jennings / FilmMagic

Sabrina Carpenter vive o melhor momento de sua carreira. Seu sexto e mais recente álbum de estúdio, Short n’ Sweet (2024), é o mais vendido de sua carreira. Os três primeiros singles desse disco — “Espresso”, “Please Please Please” e “Taste” — ocuparam o top 3 das paradas americanas. Após abrir vários shows de Taylor Swift, a artista realizou sua primeira série de apresentações em grandes arenas. Ela ainda concorre a seis prêmios Grammy, nas categorias de Melhor Álbum Pop Vocal, Álbum do Ano, Artista Revelação, Canção do Ano (por “Please Please Please”), Melhor Performance Pop Solo e Gravação do Ano (ambas por “Espresso”).

Ainda assim, a americana de 25 anos precisa conviver com críticas. A mais recente veio do renomado trio inglês de produtores e compositores Mike Stock, Matt Aitken e Pete Waterman, conhecidos como Stock Aitken Waterman (SAW). Os veteranos, que já trabalharam com nomes do porte de Kylie Minogue, Rick Astley, Donna Summer, Dead or Alive e muitos outros, fizeram comentários sobre a abordagem mais sensual da jovem, cuja carreira tem passado por uma transição após início diante do público infantil no Disney Channel.

Em entrevista ao The Sun (via NME), Waterman, em especial, definiu a imagem de Carpenter como “prejudicial às mulheres”. O produtor elogiou o talento artístico da cantora, mas que não se deve pedir respeito “usando calcinha fio dental”. Stock, por sua vez, definiu as letras sexualizadas da cantora como “preguiçosas”.

Pete Waterman, especificamente, disse:

“Ver Sabrina Carpenter vestida como uma garotinha é bastante ofensivo. Ela não precisa disso. Ela tem um grande talento e, ainda assim, toda a indústria, essas garotas usam o mínimo de roupa possível porque sabem que estão levando garotos para seus sites. É uma loucura. Se você está pedindo para ser respeitada, não venha de fio dental.”

Mike Stock, Matt Aitken e Pete Waterman
Mike Stock, Matt Aitken e Pete Waterman – Foto: Simon Ackerman / Getty Images

 

Ao tomar conhecimento das críticas, Sabrina respondeu também em entrevista ao The Sun. A cantora disse nunca ter disfarçado sua mensagem e lamentou que mulheres sejam julgadas por seus visuais.

“Minha mensagem sempre foi clara. Se você não consegue lidar com uma garota que é confiante em sua própria sexualidade, não venha aos meus shows. Pessoas tentam envergonhar artistas femininas desde sempre. Nos anos 2000 foi Rihanna, nos anos 1990 foi Britney Spears, nos anos 1980 foi Madonna — e agora sou eu.”

Carpenter alegou ter interpretado que o trio disse que “artistas femininas não devem ser capazes de abraçar sua sexualidade em suas letras, na maneira como nos vestimos e nos apresentamos”. E definiu tal raciocínio como “retrógrado”.

“Essas pessoas não se manifestam quando falo sobre autocuidado, positividade corporal ou desilusão amorosa — coisas normais pelas quais uma pessoa de 25 anos passa. Eles só querem falar sobre o lado sexual das minhas performances.”

Sabrina Carpenter (Credits: Kevin Mazur/Getty Images for AEG)
Sabrina Carpenter – Foto: Kevin Mazur / Getty Images for AEG

 

Sabrina Carpenter e a crítica à sua sensualidade

Não é a primeira vez que Sabrina Carpenter se pronuncia sobre críticas por sua abordagem sensual. Durante um show recente nos Estados Unidos, a cantora disse que vez ou outra ainda precisa lidar com alguma mãe “que tem uma opinião forte sobre como você deve se vestir”. Para essa parcela do público, ela apenas recomenda: “não venha ao show”.

“É uma pena que isso tenha sido motivo de crítica. Sinceramente, a coisa mais assustadora do mundo é subir no palco na frente de tantas pessoas e ter que se apresentar como se fosse nada. Se a única coisa que ajuda você a fazer isso é a maneira como você se sente confortável ao se vestir, então é isso que você tem que fazer.”

Eric Vetro, coach vocal da artista desde que ela tinha 12 anos, reforçou o ponto de vista em entrevista à People. Segundo o profissional, a cantora passou por essa transição de forma gradual, não para chocar e sim por uma mudança natural da vida adulta.

“Ela sempre teve um senso de humor divertido, que era um pouco provocante por natureza. Isso não aconteceu de repente; foi algo gradual. […] As músicas mais ousadas foram uma evolução natural.”

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Começou em 2007 a escrever sobre música, com foco em rock e heavy metal. É colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022 e mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, revista Roadie Crew, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram e outras redes: @igormirandasite.
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