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Música / Polêmica

“A Terra é plana?!”: A opinião do Green Day sobre teóricos da conspiração

Teorias pseudocientíficas serviram de inspiração para a banda em seu álbum mais recente, Saviors

Igor Miranda
por Igor Miranda

Publicado em 06/02/2024, às 10h45

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Billie Joe Armstrong - Green Day (Foto: Getty Images)
Billie Joe Armstrong - Green Day (Foto: Getty Images)

Teorias da conspiração voltaram à tona de um jeito bastante curioso nos últimos anos. Uma delas, talvez a mais comum discutida online, é a de que a Terra seria plana — ideia cientificamente refutada há muito tempo, mas que por alguma razão segue em debate.

O Green Day revelou ter se inspirado em teorias conspiratórias ao compor seu mais novo álbum de estúdio, Saviors. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o trio formado por Billie Joe Armstrong (voz e guitarra), Mike Dirnt (baixo) e Tré Cool (bateria) apresentou algumas reflexões sobre isso.

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Inicialmente, o repórter perguntou se essas teorias são o que mais irritam os músicos no que diz respeito ao momento vivenciado atualmente. Tré Cool deu início à resposta dizendo que, no fim das contas, ele e seus colegas tentam achar graça.

“Você tem que encontrar humor nisso. Tipo… a Terra é plana?! Mas você tem que perceber que algumas pessoas vão acreditar nessa m#rda e vão procurar na internet e encontrar algo para comprovar isso. E se encontrarem algo que prove que estão errados, vão gritar: ‘é uma conspiração!’.”

Na opinião de Mike Dirnt, pessoas que acreditam em tais conspirações estão procurando algo para crer.

MD: Acho que as pessoas também querem encontrar algo em que acreditar. Há muita informação por aí hoje em dia. É um caos. Dá para encontrar algo para dar base a qualquer coisa, sabe? Você tem que parar e pensar um pouco sobre as coisas.”
Billie Joe Armstrong (Foto: Getty Images)
Billie Joe Armstrong (Foto: Getty Images)

Situação dos Estados Unidos

Ao dar sua posição sobre o tema, Billie Joe Armstrong conectou o “fenômeno” dos conspiratórios ao momento político vivenciado no planeta, especialmente nos Estados Unidos. O frontman citou um exemplo:

“Vi um vídeo em que o entrevistador pergunta às pessoas se elas acham certo que todos tenham uma arma, e um cara diz: ‘sim, cara, você não pode combater fogo com água’ [Risos]. Isso é os Estados Unidos, bem ali! Ou pelo menos uma grande parte disso.”

Em outra entrevista, à Vulture (via site Igor Miranda), Armstrong se aprofundou em seus pensamentos sociopolíticos e declarou estar bastante preocupado com os Estados Unidos no momento atual. O músico criticou a possibilidade de Donald Trump ser eleito presidente novamente, dizendo:

“Estamos à beira de um governo autocrático ou de uma pessoa que diz descaradamente ‘se eu for presidente de novo, vou ser um ditador’. Como é aquela frase de Maya Angelou? ‘Quando as pessoas lhe disserem quem são, acredite’ [nota: ‘quando alguém te mostrar quem é, acredite na primeira vez’]. Esse exagero realmente pode virar realidade. É baseado em um culto à personalidade. Os Estados Unidos não devem ser sobre o culto a uma personalidade. Devemos ser sobre um grupo de pessoas que estão criando leis que tornariam a vida do povo americano mais fácil e acessível, fornecendo bons empregos, bons cuidados de saúde, protegendo as pessoas das empresas que se aproveitam delas. Sinto que estamos completamente perdidos nisso, o verdadeiro ideal americano.”